A velocista jamaicana Veronica Campbell-Brown, vencedora de oito medalhas olímpicas e cinco títulos mundiais, anunciou a sua retirada da alta competição. A carreira internacional da sprinter de 39 anos estende-se por mais de duas décadas, durante as quais ela competiu em cinco Jogos Olímpicos. Ela é a única atleta da história a ganhar medalhas em cinco Jogos Olímpicos consecutivos.
Ela ganhou as suas primeiras medalhas importantes no Campeonato Mundial Sub-18 de 1999 em Bydgoszcz, onde venceu os 100 m e 4×100 m. Apenas um ano depois, aos 18 anos, fez a sua estreia olímpica em Sydney, fazendo parte da estafeta de 4×100 m da Jamaica, conquistando uma medalha de prata. Apenas algumas semanas depois, ela venceu os 200 m no Campeonato Mundial Sub-20 em Santiago do Chile.
Mas o seu primeiro grande triunfo veio nos Jogos Olímpicos de 2004, onde venceu os 200 m, tornando-se a primeira mulher jamaicana a ganhar uma medalha de ouro olímpica numa prova de velocidade. Para completar, ela conquistou o ouro nos 4×100 m. Três anos depois, em Osaka, ela venceu os 100 m naquela que foi uma das finais mais renhidas da história do Campeonato Mundial. Ela conquistou ainda medalhas de prata nos 200 m e 4×100 m.
Campbell-Brown defendeu com sucesso o seu título dos 200 metros nos Jogos de Pequim em 2008, tornando-se a segunda mulher na história olímpica a ganhar medalhas de ouro consecutivas no evento.
Durante o auge da sua carreira, a maior rival de Campbell-Brown foi Allyson Felix. A velocista norte-americana conquistou os títulos mundiais dos 200 metros em 2005 e 2007, enquanto Campbell-Brown venceu Felix e conquistou o título olímpico em 2004 e 2008.
Felix levou a melhor sobre Campbell-Brown novamente no Campeonato Mundial de 2009, mas a jamaicana vingou-se dois anos depois em Daegu, conquistando o seu primeiro título mundial nos 200 m. Tendo também conquistado o título mundial dos 60 m em pista coberta em 2010, isso significou que Campbell-Brown passou a ser a primeira mulher na história a ganhar títulos mundiais nos 60 m, 100 m e 200 m.
Ela defendeu com sucesso o seu título mundial de pista coberta em 2012, ganhou depois uma medalha de prata nos 4×100 m e de bronze nos 100 m nos Jogos Olímpicos de Londres.
Conquistou a sua última medalha individual no Campeonato Mundial de 2015 em Pequim, uma de bronze nos 200 m. Participou depois na estafeta 4×100 m, ganhando a medalha de ouro com um recorde nacional de 41,07. Depois nos JO de 2016 no Rio de Janeiro, conquistou mais uma medalha de prata nos 4×100 m.
Em Fevereiro de 2019, Campbell-Brown deu à luz uma filha, Avianna, tendo voltado à competição este ano, registando 7,34 nos 60 m, 11,20 nos 100 m e 23,73 nos 200 m.
Campbell-Brown retira-se com uma coleção de oito medalhas olímpicas, três delas de ouro, e 13 medalhas em Campeonatos Mundiais, incluindo cinco de ouro. Tem como recordes pessoais, 10,76 aos 100 m e 21,74 aos 200 m, que estão em 11º lugar na lista das melhores marcas mundiais de sempre. Ela baixou dos 11 segundos aos 100 m em 49 ocasiões, número só superado por Fraser-Pryce e Merlene Ottey.
“Eu subi de uma pequena cidade em Trelawny, Jamaica, subi a escada do sucesso para tornar-me uma das mulheres mais premiadas da história dos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais”, disse ela num post no Instagram, ao anunciar a sua retirada. “À medida que subia, passei o degrau da dor, das lesões e da rejeição, para não falar das lágrimas, mas elas nunca saciaram a minha aspiração de agarrar os frutos do sucesso e da satisfação. Por isso estou orgulhosa e grata. Quero agradecer a todos que contribuíram para o meu sucesso: a minha família, especialmente o meu marido Omar Brown, que nos últimos anos foi o meu treinador. Devo mencionar os amigos, fãs, apoiantes, patrocinadores, treinadores e o meu agente Claude Bryan”.