As duas jovens sensações namibianas dos 400 m, Christine Mboma e Beatrice Masilingi têm um nível de testosterona demasiado elevado para poderem participar nos 400 m em Tóquio, esclareceu o Comité Olímpico Nacional.
A lista publicada pela World Athletics na passada quinta-feira com as atletas aptas a competirem nos 400 m dos JO de Tóquio não incluiu as duas jovens de 18 anos, alimentando os debates sobre o motivo dessa retirada.
Mboma, correu nesta quarta-feira em Bydgoszcz os 400 m em 48,54 s, novo recorce mundial sub-20 e sétima melhor marca mundial de sempre. A sua compatriota Masilingi detém um recorde pessoal de 49,53.
Para esclarecer a situação, o Comité Olímpico da Namíbia (NNOC) emitiu um comunicado de imprensa: “O NNOC e o nosso Diretor Médico estão em contato próximo com o Dr. Stéphane Bermon, Diretor Médico da World Arhletics para adotar a melhor atitude em relação às nossas duas velocistas. Estamos confiantes no seu futuro como atletas de elite. O que está a acontecer não deve ser visto negativamente, mas como um novo desafio […] ”
Na mesma situação que Caster Semenya
O NNOC esclarece que a World Athletics solicitou às duas atletas que fizessem exames médicos, realizados em Abbadia, na Toscana. “Os resultados desses testes indicam que ambas têm níveis naturalmente elevados de testosterona. Devido aos regulamentos da World Athletics, elas não poderão competir nas provas de 400 m até à milha.”
Mboma e Masilingi encontram-se, portanto e apenas um mês antes dos JO de Tóquio, na mesma situação que Castter Semenya e outras atletas com diferenças no desenvolvimento sexual (DDS), obrigadas a submeterem-se a tratamento médico ou a alterarem a distância.
Enquanto a retirada das listas das duas namibianas causou protestos no seu país, o NNOC afirmou que elas “apreciam o imenso apoio do público namibiano e internacional” .
Por sua vez, o técnico adjunto de Mboma e Masilingi, Henk Botha, explicou ao diário local The Namibian que as suas atletas “vão concentrar-se totalmente nos 200 m dos Jogos Olímpicos” e que as discussões com a Federação Internacional seriam retomadas após Tóquio. “Christine e Beatrice estão dececionadas por não poderem disputar o seu evento favorito, mas continuam otimistas e ansiosas por estar nos Jogos com a seleção da Namíbia. “