O norte-americano Carl Lewis, de 60 anos, tetracampeão olímpico do salto em comprimento, manifesta-se completamente contra o novo formato da Liga Diamante nos saltos e lançamentos, “The Final 3”.
Agora, os três melhores atletas nas primeiras cinco tentativas vão a uma final e é declarado vencedor quem saltar ou lançar mais longe nessa última tentativa. O que permite situações absurdas como a que se passou no passado domingo em Estocolmo, quando a alemã campeã mundial do salto em comprimento, Malaika Mihambo estava na frente dos cinco ensaios com 7,02 m, seguida da sérvia Ivana Spanovic. Mas como esta fez 6,88 m no sexto salto, mais do que os 6,67 de Mihambo, quem foi declarada vencedora foi a sérvia! Imaginemos algo semelhante no futebol, se o que contasse para o resultado final fosse o resultado dos últimos 5 minutos. Uma equipa podia estar a ganhar por 7-0 mas se nos últimos 5 minutos, a outra equipa fizesse um golo sem sofrer nenhum, ganhava o jogo! Absurdo!
Carl Lewis comentou esta nova regra: “Eles nunca teriam colocado tal formato no meu tempo porque sabiam que não teríamos ido. Lewis twitou, num claro desafio a Sebastian Coe, presidente da World Athletic.
A norte-americana Brittney Reese, de 35 anos, tetracampeã mundial, campeã olímpica em Londres e vice-campeã no Rio de Janeiro, vai participar nos JO de Tóquio (fez este ano 7,13 m em Eugene) mas ainda não saltou nos meetings da Liga Diamante desde que se estreou este novo formato. “Mihambo é a segunda com um salto de 7 metros … é por isso que não vou competir este ano em nenhuma Liga Diamante até que mude”, disse ela.
Os atletas já reclamaram no ano passado deste novo formato, quando ainda não havia sido implantado a um nível geral. “Ganhei uma competição que não é justa”, protestou o sul-africano Samaai após também ter vencido o salto em comprimento do meeting de Estocolmo, da mesma forma que a sérvia Ivana Spanovic.
Ainda bem que personalidades como Carl Lewis, um ícone da história do atletismo mundial, ou atletas com o relevo de Brittney Reese ou Ruswahl Samaai se levantam activamente contra a famigerada “the final 3”, uma regra completamente absurda e disparatada, eu diria mesmo anedótica, como se o atletismo passasse a ser uma coisa diferente daquilo que sempre foi, é, e será.
Mas não é apenas por esta triste regra que campeia o disparate. Os senhores da World Athletics, em pleno século XXI, lembraram-se de tentar inventar a roda… Estas novas estafetas mistas – talvez uma influência da tonitruante ideologia de género, que é estimável na medida em preconiza o respeito que deve haver entre homens e mulheres, mas que tem levado a histerias e exageros, estas novas estafetas mistas, dizia, são outra coisa bizarra e estapafúrdia. Com efeito, (e isto é provado cientificamente) a composição média da massa corporal de um homem e de uma mulher é diferente – o homem tem, em média, mais massa óssea e nervosa que a mulher e esta, em contrapartida, tem mais massa adiposa e menos massa óssea e nervosa. Portanto, misturar homens e mulheres numa mesma competição, quando as condições à partida são diferentes, é descabido e ressuma a palhaçada.