Liliana Veríssimo é algarvia de Portimão e tem 30 anos de idade. É atleta do Clube Desportivo Areias de São João. Como praticante desportiva, tem dois amores: para além das corridas, faz triatlo. A correr, nadar e pedalar, treina em média 12 horas semanais.
Liliana Veríssimo nasceu em Portimão a 24 de Novembro de 1986. É licenciada em Educação Física, exercendo a profissão de Personal Trainer e de Nadadora-Salvadora na piscina de um hotel.
O desporto sempre fez parte da sua vida. O atletismo apareceu no 10º ano escolar mas durou apenas um ano. Mas Liliana não resistiu ao encanto das corridas e regressou em 2013, correndo a Meia Maratona Rock n`Roll de Lisboa, desafiada por um amigo. A partir daí, começou a treinar um pouco mais e com mais regularidade.
Esta época, Liliana é atleta do Clube Desportivo Areias de São João. Neste momento, o atletismo é um complemento à prática do triatlo. Corre três vezes por semana, uma delas na pista com os seus colegas de atletismo. Em relação ao triatlo, dedica-se duas a três vezes por semana ao segmento da natação e três vezes no mínimo, o ciclismo. Tudo somado, treina em média, umas 12 horas semanais.
Para recordar a primeira corrida
Liliana guarda excelentes recordações da sua primeira Meia Maratona Rockn`Roll. “Corri sem clube, foi excelente pois terminei com 1h45m. Foi para mim, um tempo muito bom, pois tinha treinado apenas duas semanas e nunca tinha feito tal distância, lembro-me de ter quebrado aos 13 km e ter lá o meu colega do lado de fora, que gritou por mim. Acabei por me hidratar e continuar”. Depois, ela fez os últimos dois quilómetros a “voar”. “Saí de lá a querer fazer mais corridas, principalmente as longas, mal sabia eu o que era treinar para melhorar”.
… E a segunda
Passadas três semanas, estava a correr as 10 Milhas do Guadiana que ligou Vila Real de Santo António a Ayamonte, em representação do Olímpico Clube de Lagos. “A sensação era a mesma, gostava daquilo, sentir o corpo a fraquejar mas a querer continuar”. Adorou a chegada em Espanha, “Ouvir todos a puxar e terminar no estádio com música como se fossemos os primeiros, foi fantástico. E no fundo fomos todos campeões!”
Triatlos de longa distância
Nas corridas, os 10 km e as meias maratonas, são as suas distâncias preferidas. No triatlo, prefere a longa distância (1,9 km natação, 90 km ciclismo e 1/2 maratona corrida). Na época passada, obteve um terceiro lugar absoluto no Campeonato Nacional Individual de Longa Distância em Vilamoura. “Gosto muito do Triatlo Longo de Cascais. Como este ano, irá ser a marca Ironman a realizá-lo, teremos possibilidade de apurar atletas para o Mundial. Também gosto do Triatlo Longo de Sevilha”.
A nossa entrevistada participa em média em 15 corridas e dez triatlos por ano (sprints, olímpicos e longos). Nas suas corridas preferidas, inclina-se para as Meias Maratonas de Lisboa e Setúbal, a Ultra Maratona Melides-Troia, as 10 Milhas do Guadiana, a Corrida do Bodo, a São Silvestre da Batalha e todas as corridas do Alentejo. Quanto a provas que lhe deixaram menos recordações, não se lembra de uma em particular. “Posso ter uma ou outra que possivelmente não iriei, mas devido à organização e não pela corrida em si”.
Grande experiência na Ultramaratona Melides-Troia
Aventurou-se apenas uma vez em distâncias superiores e deu-se bem. Foi na última edição da Ultramaratona Atlântica Melides-Troia com 43 km. “O objetivo era simplesmente terminar e acabou por ser uma surpresa. Terminei em segundo com um bom tempo, superei de todo os meus objetivos”.
Liliana esteve para desistir aos 10 km mas resistiu à tentação. “Estavam a ser muito duros na areia que estava muito mole e com o terreno muito inclinado. Mas sabendo que estavam a minha espera no fim, acabei por me focar e a partir dos 21 km, senti-me muito bem e foi sempre a recuperar terreno”.
Adorou a experiência de correr na praia. “ Foi simplesmente fantástico correr durante 43 km na areia, com e sem público, paisagem linda entre o mar, com Troia ao fundo. Ver o público a apoiar e aplaudir, chegar à meta e ouvir o meu nome como sendo a segunda, foi daquelas provas que gostaria de repetir. Dura sim, mas especial. Este ano, é possível que não possa ir devido à antecipação da data, mas até lá não se sabe”.
“É importante termos ao nosso lado as pessoas que melhor percebem de como nos devemos alimentar, de forma a termos melhores resultados e melhores recuperações”
Todos são importantes para ajudar a progredir
Liliana não tem dúvidas. Na corrida, se é preciso ter espirito de sacrifício para atingir os objetivos, também é importante o espirito de grupo e interajuda. “ É muito bom ver o relacionamento treinador/atleta mas também atleta/atleta. Só demonstra que apesar de ser uma luta própria, o atleta sabe que progride também muito graças à ajuda de colegas e treinadores”.
Quanto a objetivos futuros, Liliana gostaria de melhorar o seu tempo na meia maratona e experimentar uma maratona de estrada.
Ingredientes para uma boa organização
Não é muito exigente para classificar positivamente a organização de uma corrida. “Penso que uma organização é boa quando temos percursos seguros e bem sinalizados, com os abastecimentos necessários. Para quem correr, saber que tem ali um percurso seguro e que caso seja necessário, poder contar com o apoio da organização”.
A importância da alimentação
Como está federada na Associação de Atletismo do Algarve e na Federação Portuguesa de Triatlo, faz anualmente exames médicos, pelo menos duas vezes como controlo. Tem tido sorte com as lesões, até hoje teve apenas uma que a fez parar um mês.
Considera que já tem mais cuidado com a alimentação, tendo esta época o apoio da clínica de nutrição PentaDiet. “A alimentação é sempre importante e tal e qual como é importante termos alguém que nos oriente no treinos para atingirmos os objetivos a que nos propomos, também é importante termos ao nosso lado, as pessoas que melhor percebem de como nos devemos alimentar, de forma a termos melhores resultados e melhores recuperações”.
Dada a sua paixão pela prática desportiva, não pensa em parar, quer praticar desporto até que o corpo o permita. Como já disse, o triatlo também faz parte da sua vida desportiva mas também aprecia os trails que “são muito interessantes e atrativos”.
“Apesar de ser uma luta própria, o atleta sabe que progride também muito graças à ajuda de colegas e treinadores”
Atletismo e Triatlo com futuro risonho
Liliana mostra-se otimista quanto ao futuro das corridas. Na sua opinião, há já um crescimento visível e dentro de pouco tempo, iremos ter mais grandes atletas a nível mundial. “As escolas de formação estão agora a começar a aparecer com miúdos de grande valor que já vão dando cartas. Penso que está a dar frutos, o que a FPA tem feito, desde a formação de treinadores, até à promoção da modalidade nas escolas”.
A terminar, mostra-se entusiasmada com o desenvolvimento do triatlo no Algarve que já terá cerca de 150 praticantes. “Está a crescer, aumentou o número de praticantes na época passada, principalmente no setor feminino. E nesta época, já temos pelo menos duas escolas de formação, o que é algo significativo. Este ano, já existe um circuito regional com cerca de 11 provas só no Algarve. Penso que tanto o atletismo como o triatlo, estão-se a afirmar a nível regional como modalidades importantes para a promoção do desporto.