O Clube Desportivo e Cultural Juventude Ilha Verde está situado em Ponta Delgada e foi fundado em 24 de Julho de 2012. Paulo Costa é o presidente do clube que tem este ano, cerca de 430 atletas federados, apostando fortemente na formação. Acabou de classificar-se em terceiro lugar no Nacional de Juvenis masculinos, apenas atrás do Benfica e Juventude Vidigalense. Antes, no Nacional da 3ª Divisão, foi vice-campeão em masculinos e femininos.
Como apareceu a Juventude Ilha Verde?
O clube surgiu devido ao descontentamento de um grupo de treinadores que trabalhavam em outros clubes e já estavam fartos de as promessas não serem cumpridas por parte da direção dos clubes em que trabalhavam. E em conversa, surgiu a ideia de abrir um clube nosso, em que pudéssemos trabalhar com objetivos concretos e cumprir com o acordado no início de cada época desportiva.
O clube tem quantos sócios? Qual o valor das quotas?
Os sócios do clube são todos os atletas, dirigentes e treinadores que pertencem ao clube. No final da última época, acabámos com cerca de 500 sócios. Não cobramos nenhum valor pelas quotas.
Tem sede?
Sim, tem uma sede provisória, mas em breve teremos uma sede cedida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.
O clube tem quantas Secções?
Neste momento, temos a secção de atletismo, trail, do centro de marcha e corrida. Já existiu também a de basquetebol.
Em que ano foi criada a Secção de Atletismo?
Foi criada logo na inauguração do clube, em 2012.
Quantos atletas estão registados na Secção de Atletismo?
Na última época, acabámos com cerca de 460 atletas e fomos assim, o clube com mais atletas federados do país, ultrapassando o Sporting. Este ano, temos cerca de 430.
Como se chama o responsável da Secção ligada ao atletismo?
O responsável pela coordenação da Secção de Atletismo é o professor Rui Durão e juntamente, colaboram o José Neves e Paulo Costa.
“O clube está extremamente contente com os resultados que temos vindo a ter desde o início da nossa existência”
Os vossos atletas participam em provas de estrada, corta-mato, trail e pista?
Sim, o nosso clube participa em todos os tipos de provas. Em São Miguel, participamos no Campeonato de Estrada, Corta-Mato e Trail da AASM, também em outras provas que não fazem parte do Campeonato. Mas a maior percentagem de atletas do clube faz é provas de pista.
A Juventude Ilha Verde está satisfeita com os resultados dos atletas? Há algum nome que mereça uma referência especial?
Sim o clube está extremamente contente com os resultados que temos vindo a ter desde o início da nossa existência. Pois em praticamente nove anos de existência, podemos nos enaltecer por termos todos os anos campeões nacionais, por vencer títulos coletivos, por já contar com atletas convocados para a seleção nacional e participarem em torneios e Campeonatos da Europa.
Posso mencionar alguns dos muitos atletas que merecem destaque no nosso clube, entre os quais Tomás Militão, Sérgio Silva, Marco Camara, Reinaldo Moniz, Pedro Amaral e mais recentemente, Lourenço Rodrigues, Inês Ávila, Natacha Candé.
Quais os objetivos para esta época?
Os nossos objetivos para cada época são sempre os mesmos, entre os quais: captar atletas para poder dar continuidade à formação, potencializar o rendimento do atleta, formar cidadãos, apostar na nossa formação para as equipas seniores de clubes, melhorar as condições de treino, melhorar as condições que o clube pode oferecer aos atletas e levar o maior número possível de atletas aos Nacionais, ganhar títulos individuais e por equipas nos Nacionais.
“No nosso clube, em vez de dinheiro, damos condições”
A Juventude Ilha Verde já tem sido o clube com mais atletas filiados. Como consegue tal feito numa ilha, longe das grandes cidades?
Para conseguir tal feito, temos apostado nas escolinhas de desporto como forma de captação e desenvolvemos assim nas escolas primárias, a iniciação ao atletismo. Depois, para aqueles que querem continuar a praticar atletismo fora da escola, temos treinos todos os dias em duas pistas de atletismo. Para além disso, estamos presentes sempre nas fases escola, ilha e regional do mega salto, mega sprint e do corta mato escolar onde fazemos captação de jovens com boas apetências para a modalidade. Por último e não menos importante, as condições que conseguimos dar aos atletas e o quadro de treinadores de qualidade que possuímos no clube.
Clube Desportivo e Cultural Juventude Ilha Verde
Concelho: Ponta Delgada
Ano fundação: 2012
Presidente: Paulo Costa
Sócios: 500
Atletas: 430 federados
Técnicos: 20
Orçamento: cerca de 30.000 euros
Quantos treinadores tem o clube?
Sim, no nosso clube temos bastantes treinadores, pois sem isso, não seria possível treinar tantos atletas. Como são bastantes, não vou estar a dizer nomes, apenas que contamos com cerca de 20 treinadores, que dão treinos desde as escolinhas, desporto adaptado, trail, centro marcha e corrida, formação, seniores e veteranos. São treinadores com bons conhecimentos, entre os quais, alguns possuem o grau máximo no atletismo com especialidade em saltos, lançamentos, velocidade e barreiras e meio fundo, abrangendo assim todas as disciplinas do atletismo.
A Secção de Atletismo tem subsídios estatais? E privados?
Sim, efetuamos todos os anos candidatura à Camara Municipal de Ponta Delgada, a Direção Regional de Desporto e Junta de Freguesia de São José.
De privados, também contamos com alguns apoios por parte de algumas empresas de São Miguel.
“A nossa maior dificuldade é angariar dinheiro para a nossa participação no Nacional de Clubes”
Os subsídios chegam para a Secção de Atletismo viver?
Sim, têm chegado, mas com o aumento do nosso clube, necessitamos cada vez de mais apoio para atender a todas as necessidades do clube para poder funcionar bem.
Onde arranjam mais receitas?
Para além das entidades públicas e privadas, também contamos com o pagamento por parte dos atletas da formação de uma mensalidade.
Qual o orçamento da parte do atletismo?
Todo o nosso orçamento é para o atletismo e suas vertentes, pois é um clube dedicado exclusivamente ao atletismo. Durante o ano, as despesas totalizam cerca de 30.000 euros.
Que tipos de apoios dão aos atletas?
No nosso clube, em vez de dinheiro, damos condições, entre as quais, transporte para os atletas que necessitam para os treinos e provas, sapatos de bicos, suplementos alimentares aos que necessitam, utilização de ginásio, fisioterapeuta, estágio na Páscoa, equipamentos personalizados para cada atleta, inscrições grátis nas atividades do clube e alguns convívios organizados pelo mesmo.
O clube organiza alguma prova? Quantos atletas costumam participar nessa prova?
Neste momento, o clube organiza várias provas ao longo do ano. Para este ano em outubro, temos o Trail Real Priolo que já conta com mais de 200 inscrições. Vamos também organizar no início de novembro, o Campeonato do Mundo Meia Maratona Virtus, o Campeonato da Europa Meia Maratona Virtus, o Campeonato Nacional Meia Maratona de Veteranos e a VIII Meia Maratona Juventude Ilha Verde e por último, mas não menos importante, a IX Corrida Noturna Juventude Ilha Verde.
Quais as principais dificuldades na vossa prática do atletismo em particular? A vinda ao continente não deve ser nada fácil, dados os custos das viagens e estadias
A nossa maior dificuldade é angariar dinheiro para a nossa participação no Nacional de Clubes visto que esta prova apenas é apoiada com uma pequena verba que não chega a 20% da despesa. As restantes participações nos Nacionais estão asseguradas pela Direção Regional do Desporto. Para além da dificuldade mencionada, também temos tido dificuldades em arranjar apoios para a compra de carrinha e de melhores condições de serviços para os nossos atletas.
Como tem sido aí a prática da modalidade desde o início da pandemia?
Tal como no continente, tivemos de nos adaptar e improvisar os treinos já que durantes alguns períodos, estávamos impedidos de treinar em pista. No início da pandemia, tentámos chegar da melhor forma a todos os atletas fornecendo planos de treino que pudessem realizar sozinhos em casa ou nas imediações da mesma. Depois da primeira fase, voltámos a treinar, mas com restrições, com grupos de atletas mais pequenos e separados. Durante a terceira vaga, voltámos a ficar impedidos de treinar nas instalações e tivemos de começar a treinar em parques urbanos, passeios e marginal da cidade. E agora pouco a pouco, temos realizado os treinos sem restrições.
Uma estória engraçada passada com os seus atletas?
Uma das mais engraçadas foi com o atleta David Sebag. Num Campeonato de Clubes, chegámos à prova e quando vimos os atletas a aquecer para o triplo salto, ele não estava. Começámos a procurar, mas não o encontrávamos, ainda para piorar, ele não tinha telemóvel. Foi quando chegámos à conclusão que ele só podia ter ficado atrás no hotel. Quando fomos ao hotel, ele estava na entrada à nossa espera.