Pedro Pichardo confirmou (e amplamente) o seu favoritismo na prova de triplo dos Jogos de Tóquio, mas terá excedido as expetativas relativamente à marca alcançada (17,98 – recorde nacional) e à superioridade face aos adversários: obteve as três melhores marcas do concurso e deixou o segundo, o chinês Yaming Zhu, que bateu o seu recorde pessoal (17,57), a 42 cm! Foi a terceira maior diferença de sempre, a seguir ao 1,01 m da 1ª edição, em 1896, e ao 57 cm da vitória de Mike Conley (18,17 ventosos), em 1992.
Pichardo abriu com dois ensaios (iguais!) a 17,61, marca que mais ninguém atingiu. Depois, com 17,98 ao terceiro ensaio, o concurso ficou resolvido. Pichardo fez depois dois nulos e prescindiu do 5º ensaio. Só lhe faltou passar os 18 metros e atingir os 18,08 que tem como melhor, em 2015, ainda como cubano. Pichardo, que em 2018 já havia batido o recorde nacional de Nelson Évora, passando-o de 17,72 para 17,95, juntou-lhe agora mais três centímetros.
Aproximam-se do final os Jogos de Tóquio e a participação portuguesa, agora resumida a marchadores e maratonistas. Esta noite, a partir das 21.30 h (6.30 h locais), João Vieira estará nos 50 km marcha, em Sapporo, e às 8.30 h da manhã portuguesas, será a vez de Ana Cabecinha partir para os 20 km marcha. A maratona feminina, com Salomé Rocha, Catarina Ribeiro e Sara Moreira, partirá às 23 horas de amanhã, 6ª feira (8 h de sábado no Japão).
Expetativas especiais relativamente às prestações de João Vieira, vice-campeão mundial em Doha’2019, também com muito calor e humidade, e Ana Cabecinha, com muitos lugares de finalista (8 primeiros) em Mundiais e Europeus. Vamos aguardar…
Portugal soma já 24 pontos na classificação dos oito primeiros e 58 na dos 16 primeiros. Já igualou os 24 pontos de Los Angeles’1984, a melhor pontuação de sempre, embora ainda esteja longe dos 73 pontos desse ano no que toca aos 16 primeiros. Mais do que o quadro de medalhas, dependente de um número muito limitado de primeiros planos, são bem mais significativas as pontuações. E, neste aspeto, duas visões são possíveis, esta época: muito boas as três medalhas e as pontuações; mas uma medalha, 13 pontos (8 primeiros) e 29 pontos (16 primeiros) têm ainda pouco a ver com a evolução do atletismo nacional, pois Pedro Pichardo e Auriol Dongmo, apesar das boas condições que aqui lhe são proporcionadas, já eram primeiros planos nacionais quando chegaram…