A questão das regras impostas pela World Athletics sobre a testosterona nas atletas continua a dar muita polémica. Depois do estudo publicado pelo British Journal of Sports Medicine, onde os cientistas admitem uma correção dos valores de 2017, os advogados de Caster Semenya argumentaram que as regras atualmente em vigor deviam ser suspensas.
Mas Sebastian Coe mantém-se inflexível ao afirmar: “Estamos absolutamente fiéis a estes regulamentos.”
A World Athletics respondeu dizendo que a alteração “esclarece a natureza exploratória deste estudo. Não tem relação com a década de pesquisa realizada pela World Athletics que informou o seu Regulamento de Elegibilidade para a Classificação Feminina”.
A World Athletics referiu ainda a existência de “várias publicações revistas por pares” que “apoiaram uma relação causal entre níveis elevados de testosterona no soro e melhores características antropométricas/fisiológicas e desempenho atlético em jovens mulheres”.
“Há dez anos de ciência sólida que sustenta as regulamentações”, disse Coe à BBC, quando questionado sobre o assunto.
“Lamento se há atletas que foram enganadas por observações de interesses próprios e conflituantes, muitas vezes por advogados. A realidade é que as regras vieram para ficar.”
Ele também pediu às atletas com questões sobre o assunto que falassem com a sua organização: “Receberão respostas científicas diretas e adequadas, não alguns dos comentários e observações falsas que testemunhámos nos últimos dias.”
A questão das atletas com elevados níveis de testosterona foi levantada nos últimos Jogos de Tóquio, quando as velocistas namibianas Beatrice Masilingi e Christine Mboma correram os 200 m, depois de terem sido impedidas de competir nos 400 m por causa dos seus níveis de testosterona.
A dupla também esteve em ação nos 200 m do Mundial Sub-20 no sábado, com Mboma a conquistar a medalha de ouro e Masilingi, a de prata.