O queniano Eliud Kipchoge, considerado o maior maratonista de sempre, bicampeão olímpico e recordista mundial da distância, já pensa em novos desafios. “Depois de sair da maratona, quero correr as ultramaratonas, só para sentir como é correr por quatro ou cinco dias … ou mesmo, correr de uma vez 70 km”, disse ele. “Quero muito sentir a dor de correr por muito tempo”.
E como é que um atleta que venceu 13 das 15 principais maratonas na sua carreira define a dor? “Posso definir a dor como uma situação em que se está a tentar esticar os seus limites. Quanto mais se esforçar, mais se sofre e é aí que está o sucesso”, explicou Kipchoge.
Para já, ele ainda não definiu onde vai experimentar distâncias superiores à maratona mas já tem uma ideia. “Na verdade, nunca pensei em ultrapassar os limites em mais do que a maratona, talvez no futuro eu consiga… Quero tentar correr a maioria das corridas longas na África do Sul (e) na América”, continuou ele.
E vamos continuar a ver o seu sorriso característico quando corta a meta? “Não acho difícil (sorrir). É natural e é a única maneira de gostar de correr e esquecer o que está a acontecer com o meu corpo e permitir que eu me concentre no que está à minha frente”.
E como aprende ele a acreditar em si mesmo e no seu valor? “Acreditar em si mesmo é o melhor valor para todos os humanos, é a única maneira de chegar a algum lugar. Acreditar em si mesmo em qualquer coisa neste mundo é uma vantagem, dá-lhe a confiança, dá-lhe uma milha extra e é isso que tento fazer em cada situação que encontro.”
Por enquanto, Kipchoge permanece comprometido com os 42.195 metros. “Eu valorizo a maratona, por isso coloco toda a minha cabeça para correr em menos de duas horas. Muita gente vai aventurar-se na maratona, porque é aí que está o futuro”.