A croata Blanka Vlasic foi uma das melhores saltadoras de sempre na altura. Nascida em 1983, entre as principais conquistas, foi bicampeã mundial em Osaka 2007 e Berlim 2009 e campeã mundial de pista coberta em Valência 2007. Tem também mais duas medalhas de prata em mundiais ao ar livre, em Daegu 2011 e Pequim 2015.
Nos Jogos Olímpicos, conquistou uma medalha de prata em Pequim 2008 e uma de bronze no Rio de Janeiro 2016.
Entre os inúmeros meetings em que participou, esteve oito vezes no de Bruxelas, tendo vencido por três vezes. Ela retirou-se da alta competição no início deste ano. Convidada a estar presente em Bruxelas, passou a fazer parte dos membros do Hall da Fama do Allianz Memorial Van Damme. Vlasic falou à imprensa belga na companhia da campeã olímpica Mariya Lasitskene.
“Não consigo lembrar-me imediatamente quando foi aqui em Bruxelas o meu último meeting, o que significa que já faz algum tempo. Atualmente, estou a procurar novos desafios. O meu objetivo é ficar definitivamente na modalidade. Tenho que admitir que nunca pensei realmente que um dia teria que me despedir de ser atleta. Entretanto, em algum momento, precisas de ouvir o teu corpo. Afinal, os atletas ainda têm uma vida após o atletismo. Demorou um pouco antes de ousar enfrentar esse medo. Pode-se ser mais do que apenas uma atleta na vida.”
Vlasic indicou que, apesar da sua nova vida, ela ainda pensa regularmente no seu tempo como atleta. “Tenho saudades de ganhar regularmente prémios. Como pessoa, obtém-se muita satisfação em ser-se recompensado. Lembro-me de Bruxelas como um verdadeiro espetáculo, foi sempre uma honra poder intervir aqui. Surpreende-me como ainda consigo ficar emocionada durante as competições do salto em altura. Acompanhei a final em Tóquio com amigos e familiares. Para os atletas, agora não é um período simples após os Jogos, como acontece em todos os grandes campeonatos. Depois de um grande torneio, sempre me obriguei a comemorar uma noite e a concentrar-me na segunda parte da temporada. ”
Vlasic ficou a um centímetro do recorde mundial no salto em altura de Stefka Kostadinova (2m09). A croata espera que o recorde seja batido num futuro próximo, mas ela sabe por experiência própria como é difícil. “Antes de começar a crise do coronavírus, eu achava que era possível, especialmente com Mariya. A falta de competições não tornou nada mais fácil. É importante para Mariya, como para outras atletas, atacar o recorde com a maior frequência possível. É um jogo psicológico e o salto em altura continua a ser algo especial. Não faz sentido mostrar o seu melhor salto no início da competição”.