Haile Gebrselassie e Feyisa Lilesa mostraram-se disponíveis para combater ao lado das forças governamentais na guerra contra as forças rebeldes Tigrayan.
A situação no país é dramática, com a Alemanha e a França a aconselharem os seus cidadãos a deixarem o país, devido à guerra civil. Enquanto isso, um documento interno de segurança da ONU dizia que “familiares elegíveis de funcionários recrutados internacionalmente” deveriam ser evacuados até 25 de Novembro.
As forças rebeldes afirmaram que estão a avançar em direção à capital Adis Abeba. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, reforçou o recrutamento para o exército.
Gebrselassie, de 48 anos, foi citado pela televisão estatal como tendo dito que a decisão de Abiy de ir para a batalha era “esperada de um líder que ama o seu país”.
“Estou pronto para fazer tudo o que for exigido de mim, incluindo ir para a linha da frente”, disse ele.
Gebrselassie, retirado da alta competição desde 2015, é considerado uma lenda na Etiópia, e seus comentários foram vistos como uma tentativa de angariar apoio público para o esforço de guerra.
Durante a sua carreira de 25 anos como atleta, ele conquistou duas medalhas de ouro olímpicas, oito vitórias em campeonatos mundiais e estabeleceu 27 recordes mundiais.
Também Feyisa Lilesa, de 31 anos, expressou o seu apoio à guerra contra os rebeldes. Ele foi citado pelo site da Fana Broadcasting Corporation, ligado ao governo, dizendo que Abiy havia tomado a “decisão certa” ao dizer que iria para a linha de frente para enfrentar os rebeldes.
Ele acrescentou que também estava pronto para se inspirar na “bravura dos meus antepassados” e ir para a linha da frente para “salvar o meu país”.
O atleta conquistou a medalha de prata na maratona dos JO do Rio de Janeiro 2016. Ele ficou famoso por segurar os pulsos cruzados como se estivessem acorrentados para chamar a atenção global para a repressão exercida aos manifestantes que exigiam reformas políticas na Etiópia.
Naquela época, a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) era o partido dominante no governo. Após os protestos, Abiy tornou-se primeiro-ministro e a TPLF perdeu o controle do país que ocupou durante 27 anos.