Jéssica Augusto (7ª), em estreia, e Samuel Barata (6º), como há um ano, foram os melhores portugueses
Surpresa na Meia-Maratona de Lisboa: foi um neo-zelandês, Jake Robertson, o vencedor masculino, o primeiro não-africano desde António Pinto em 1998! (Mo Farah, primeiro há dois anos, embora britânico, é de origem africana). No setor feminino, domínio africano mas prova muito lenta face à categoria das atletas. Jéssica Augusto, que liderou até aos 15 km, foi a melhor portuguesa, em 7º lugar. O jovem Samuel Barata voltou a ser o melhor português, como há um ano, mas agora em 6º lugar, com um recorde pessoal de 1.03.52.
A sensação foi mesmo o neo-zelandês Jake Robertson, um “ilustre desconhecido” face aos africanos presentes. Ele alcançou o queniano James Mwangi aos 15 km, isolou-se e acabou por ganhar com dez segundos de vantagem, em uma hora e um segundo, o pior tempo de um vencedor desde 2007, ano em que a elite começou a partir de Algés (e não da Ponte 25 de Abril), para que as marcas pudessem ser homologadas. Foi a sua estreia na distância (tem sido corredor – mediano – de 5000 e 10000 m) e promete suceder ao irmão gémeo Zane, finalista olímpico (12º) de 10000 m no Rio’2016 e que tem o recorde nacional da meia-maratona, com 59.47. Outro queniano, Edwin Koech, completou o pódio, em 1.00.45, e o nível geral masculino foi este ano bem mais fraco (ao invés do feminino), o que explica a presença de três portugueses no top’10, o que há muito não se verificava (nas anteriores sete edições, Rui Silva, 4º, e Manuel Damião, 9º, ambos em 2012, foram os únicos no top’10).
Muito bem esteve Samuel Barata (Benfica), que fora 16º (e melhor português) em 2016 e melhorou 10 lugares e 49 segundos, gastando 1.03.52. Hélder Santos (Sporting), foi 9º com 1.05.00, e Bruno Paixão (Beja AC), vencedor da Maratona de Badajoz (2.26.27) há uma semana, foi 10º com 1.05.09. Ainda abaixo da 1h06m, ficaram Nuno Lopes, 13º (1.06.28), Rui Teixeira, 14º (1.05.31) e Nuno Costa, 15º (1.05.34).
A prova feminina, com grandes nomes, acabou por desiludir, pois o andamento (imposto por Jéssica Augusto até aos 15 km!) foi sempre lento. Nessa altura, seis africanas atacaram, Jéssica ficou para trás (mas não muito…) e tudo se decidiu ao sprint entre a etíope Mare Dibaba, campeã mundial da maratona, que ganhou em 1.09.43 (o tempo mais lento desde 2008), e a queniana Vivian Cheriyot, campeã olímpica de 5000 m (e que aqui fazia apenas a sua segunda “meia”), segunda com 1.09.44 (1.07.54 na estreia, em Inglaterra). Outra queniana, Mercy Wacera Ngugi, completou o pódio, em 1.09.53.
Jéssica Augusto (Sporting), 6ª com 1.10.38, foi a melhor europeia, à frente da polaca Katarzyna Kowalska, 8ª com 1.12.01, e da francesa Christelle Daunay, 10ª com 1.12.03. Sara Moreira (Sporting), ainda aquém da melhor condição, foi 11ª, com 1.12.07, imediatamente antes de Salomé Rocha (individual), 12ª (1.13.01), Inês Monteiro (CA Seia), 13ª (1.13.04) e Catarina Ribeiro (individual), 14ª (1.13.07). Dulce Félix fez a prova em ritmo de treino. Todas as melhores portuguesas estiveram presentes, o que nunca antes acontecera!
Na “mini”, Emanuel Rolim (Benfica) foi mais uma vez o mais rápido, mas desta vez teve que fazer um sprint para ganhar ao seu companheiro de treino Luís Macau (J. Vidigalense). Sandra Teixeira foi a primeira na vertente feminina.
Mais de 10 mil na meta
Foram 10.493 os concorrentes classificados na meia-maratona, sendo este o terceiro ano consecutivo acima dos 10 mil, embora aquém (por escassos 51 concorrentes!) do máximo atingido em 2015.
Não é possível contabilizar o número de participantes na “mini”. A organização aponta para um número total de 35 mil nas várias provas.
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