Da medalha de Pichardo ao recorde de João Coelho … sem esquecer o brilho de Isaac Nader
Depois de uma época de 2021 muito marcada pela pandemia de Covid’19, a temporada de 2022 voltou a ser normal e… agradável, tendo mesmo superado aquela em marcas líderes: 8 melhores, 5 piores. Já em profundidade, as 10ª e 20ª marcas de 2020 foram superiores: 7-4 em ambos os casos. É natural que os efeitos de 2021 ainda se tivessem feito repercutir um pouco.
No Mundial de pista coberta, destaque para a medalha de prata de Pedo Pichardo, naquela que foi a única prova a sério que realizou, apostando nas provas de ar livre deste verão. Registou-se um inesperado recorde nacional por parte de João Coelho nos 200 m (21,01 contra os 21,02 de Arnaldo Abrantes em 2009) e também brilharam Isaac Nader (dos 800 aos 3000 m) e Abdel Larrinaga (das barreiras ao heptatlo… com uma bem inesperada liderança também no comprimento).
Coletivamente, o Benfica foi natural e folgado campeão, com 12 pontos de vantagem sobre o Sporting e o SC Braga a fechar o pódio pela 5ª vez nos últimos seis anos.
PÓDIO 2022
1º Pedro Pichardo (Benfica)
Sem surpresa, volta a liderar, depois da medalha de prata no Mundial de Belgrado, com um novo recorde nacional (17,46 – mais 6 cm que Nelson Évora em 2018). Fez somente uma outra prova: 16,57 na I Divisão, apenas para somar pontos para o Benfica. Reservou-se para a época de ar livre.
2º João Coelho (Sporting)
Brilhou nos 200 m do Campeonato de Portugal, ao bater o recorde nacional, e esteve muito bem igualmente nos 400 m, com um recorde pessoal de 46,87 (tinha 47,48 em 2019).
3º Isaac Nader (Benfica)
Larga progressão nos 800 m (1.49,49-1.47,77), 1500 m (3.41,86-3.36,50) e 3000 m (7.57,45-7.53,40), subindo a 3º e 4º de sempre. Atingiu a final (10º) de 1500 m no Mundial.
Menções honrosas: Se houvesse mais lugares no pódio, Abdel Larrinaga (Sporting) era candidato, tantas as progressões registadas, nomeadamente nas barreiras (de 7,96 para 7,67), comprimento (7,73) e heptatlo (de 5274 para 5857), especialidades em que liderou os rankings do ano, sendo agora o terceiro de sempre nas barreiras e heptatlo. Carlos Nascimento (Sporting) igualou o seu recorde pessoal nos 60 m (6,62). Miguel Moreira (SC Braga) e Paulo Rosário (SC Braga) voltaram a bom plano no meio-fundo. Carlos Pitra (Sporting) voltou a progredir na vara (5,20) e aproxima-se da liderança. Francisco Belo (Benfica) mantém boa vantagem no peso. Rui Coelho (Benfica) substituiu o praticamente ausente João Vieira na liderança da marcha. A equipa de 4×400 m do Sporting, com 3.12,83, ficou a 29 centésimos do recorde nacional, mas o facto de contar com um estrangeiro (Omar Elkhatib) impediria o recorde.
Revelação do ano – Guilherme Almeida (J. Serra):
Ex júnior da Escola do Movimento, conseguiu bons progressos em várias especialidades, nomeadamente no heptatlo: subira a 4º júnior de sempre em 2020 e agora foi vice-campeão de Portugal e é o 7º absoluto de sempre, com 5277 pontos.
Confirmação do ano – Ericsson Tavares (Benfica):
Tinha 48,17 aos 400 m como melhor, em 2021, em representação do CA Seia, e progrediu agora para 47,33, sendo já o 6º de sempre.
OS PÓDIOS DA REVISTA ATLETISMO (PISTA COBERTA)
1996 1º Carlos Calado 2º Nuno Fernandes 3º Carlos Silva
1997 1º Fernando Alves 2º Carlos Calado 3º Mário Barbosa
1998 1º Carlos Calado 2º Rui Silva 3º Mário Aníbal
1999 1º Rui Silva 2º Carlos Calado 3º Rui Palma
2000 1º Rui Silva 2º Mário Aníbal 3º Jonas Mattes
2001 1º Rui Silva 2º Carlos Calado 3º Ricardo Alves
2002 1º Rui Silva 2º Carlos Calado 3º Rafael Gonçalves
2003 1º Rui Silva 2º Luís Sá 3º Carlos Calado
2004 1º Rui Silva 2º Francis Obikwelu 3º Nelson Évora
2005 1º Gaspar Araújo 2º Francis Obikwelu 3º Paulo Ferreira
2006 1º Nelson Évora 2º Rafael Gonçalves 3º João Vieira
2007 1º Nelson Évora 2º João Vieira 3º Arnaldo Abrantes
2008 1º Nelson Évora 2º Marco Fortes 3º Paulo Gonçalves
2009 1º Rui Silva 2º Marco Fortes 3º Arnaldo Abrantes
2010 1º Marco Fortes 2º Bruno Albuquerque 3º Marcos Caldeira
2011 1º Francis Obikwelu 2º Marco Fortes 3º Rui Silva
2012 1º Marco Fortes 2º Edi Maia 3º Marcos Chuva
2013 1º Marco Fortes 2º Hélio Gomes 3º Rasul Dabo
2014 1º Edi Maia 2º Marco Fortes 3º Rasul Dabo
2015 1º Nelson Évora 2º João Almeida 3º Yazaldes Nascimento
2016 1º Nelson Évora 2º Paulo Conceição 3º Samuel Remédios
2017 1º Nelson Évora 2º Tsanko Arnaudov 3º Francisco Belo
2018 1º Nelson Évora 2º Tsanko Arnaudov 3º Samuel Remédios
2019 1º Nelson Évora 2º Francisco Belo 3º Raidel Acea
2020 1º Paulo Conceição 2º Francisco Belo 3º João Oliveira
2021 1º Pedro Pichardo 2º Francisco Belo 3º V. Ricardo Santos
2022 1º Pedro Pichardo 2º João Coelho 3º Isaac Nader
SUBIDAS NO TOP’10 DE SEMPRE
1º João Coelho SCP 200 m 21,01
1º Pedro Pichardo SLB triplo 17,46
3º Isaac Nader SLB 800 m 1.47,77
3º Isaac Nader SLB 1500 m 3.36,50
3º Abdel Larrinaga SCP 60 bar. 7,67
3º Abdel Larrinaga SCP heptatlo 5857
4º João Coelho SCP 400 m 46,67
4º Isaac Nader SLB 3000 m 7.53,40
5º Delvis Santos ACDJS 200 m 21,31
5º Manuel Dias UFCT heptatlo 5507
6º Eriksson Tavares SLB 400 m 47,33
7º Guilherme Almeida ACDJS heptatlo 5277
8º Miguel Moreira SCB 1500 m 3.41,06
8º Carlos Pitra SCP vara 5,20
8º Abdel Larrinaga SCP comp. 7,73
8º Daniel Santiago SCP peso 17,06
10º Paulo Rosário SCB 3.000 m 7.57,18
Rankings do ano: http://atletismo-estatistica.pt/anuais/pista-coberta-2022-m-4/
Amanhã: Balanço da época de pista coberta (femininos)
Nas SUBIDAS NO TOP’10 DE SEMPRE falta aí o Paulo Rosário nos 3.000m com 7.57,18 (10º).
Obrigado pela retificação.
E o Paulo Rosário já não representa o SCP mas sim o SCB.