A 126ª Maratona de Boston disputada na passada segunda-feira, foi particularmente especial, pois comemorou o 50º aniversário desde que as mulheres foram autorizadas a correr oficialmente pela primeira vez. E este ano, de regresso à prova, esteve Valerie Rogosheske, uma das oito mulheres originais que estiveram presentes em 1972.
“Eu não tinha conhecido as outras sete mulheres até nos reunirmos na linha de partida. Então, estávamos amontoadas de lado, tão animadas e sabendo que os olhos estavam em nós”, disse ela à CBS Boston. “Porque muitas mulheres, muitas pessoas, achavam que não deveríamos correr maratonas. Então, acho que sabíamos que nenhuma de nós ia desistir. Seria fazer ou morrer e todas terminámos,” disse Rogosheske, agora com 75 anos. Ela foi sexta com o tempo de 4h29m32seg. No ano seguinte, ela foi nona com 3h51m12s. Em 1974, foi oitava com 3h09m38s.
Mas este ano no seu regresso à prova, ela teve a companhia de outras 14 mil mulheres. Entre elas, as suas duas filhas, Abigail e Allie, bem como a sua prima. Rogosheske disse que as suas filhas tinham insistido em correr ao lado dela durante todo o percurso.
O seu plano para cortar a meta foi correr 30 segundos, seguido de caminhada por 30 segundos e assim, sucessivamente até à meta. E assim, ela acabou em 6h39m03s, debaixo dos aplausos do público que a incentivou ao longo de todo o percurso. “Foi um trabalho longo para mim, mas acabou sendo uma experiência maravilhosa”, disse Rogosheskie. “As minhas filhas estavam lá com placas com o meu nome, então as pessoas ao longo do percurso estavam a torcer por mim, foi muito divertido.”
Quem também participou agora na maratona foi Adrianne Haslet, espetadora da prova em 2013 quando ocorreram as explosões que mataram três pessoas e feriram outras 130. Entre estas, Haslet que perdeu a perna esquerda por ter apanhado estilhaços.
Antes do ataque, a norte-americana Shalane Flanagam tinha cortado a meta em 2h27m08s, na sua primeira participação em Boston. Haslet, que nunca tinha corrido, conheceu casualmente Flanagan no ano seguinte. Esse encontro despertou uma admiração mútua e Haslet decidiu começar a correr. Em 2016, ela demorou dez horas a completar a prova, depois de ter recebido assistência devido a problemas com a sua prótese.
Agora nesta segunda-feira, ela regressou mas com a companhia de Flanagan, que decidiu acompanhar Haslet nos treinos desde janeiro, apoio que terminou nesta segunda-feira, com a chegada de ambas na meta.
“Foi o melhor dia da minha vida e estou muito orgulhosa de nós”, disse Haslet depois de cruzar a meta, emocionada. A ex-bailarina foi quarta na sua categoria (T61-T64), com 5h18m41s.