Num fim de semana onde se disputaram muitos Campeonatos Nacionais de Atletismo, os dos Estados Unidos disputados em Eugene, foram naturalmente dos mais importantes pela qualidade dos atletas presentes, para além de servirem de seletivas para o Mundial.
Houve atletas que se superaram e outros que constituíram desilusões. Vejamos.
Superações
Sydney McLaughlin
A campeã olímpica e recordista mundial, Sydney McLaughlin, bateu o seu próprio recorde mundial dos 400 m barreiras ao vencer a final em 51,41 s, menos cinco centésimos que o anterior recorde.
McLaughlin deixou a segunda a quase dois segundos, sendo a grande favorita ao título mundial em Eugene.
Melissa Jefferson
Melissa Jefferson foi a grande surpresa na final dos 100 m ao vencer em 10,69 (+2,9 m/s). Jefferson, estudante universitária do terceiro ano, tinha sido apenas oitava nos 100 m do Campeonato Universitário disputado há duas semanas. Com a sua vitória nos 100 m nos testes dos Estados Unidos, Jefferson ganhou uma vaga automática para o Mundial.
Grant Fisher
Grant Fisher tinha estabelecido nesta primavera, o recorde nacional dos 10.000 m. Era um dos grandes candidatos ao título nacional dos 5.000 m e confirmou o favoritismo ao vencer no tempo recorde de 13.03,86.
Emma Coburn
Emma Coburn, de 31 anos, campeã mundial em 2017, conquistou o seu décimo título nacional nos 3.000 m obstáculos, em confortáveis 9.10,63. Coburn separou-se das suas rivais nas duas últimas voltas, conquistando o seu oitavo título nacional consecutivo.
Ela foi ao pódio nos dois últimos Campeonatos Mundiais, conquistando um ouro em 2017 e uma prata em 2019. Coburn parece estar recuperada para o Mundial, após uma desqualificação por tropeçar numa barreira nos JO de Tóquio.
As desilusões
Sha’Carri Richardson
Richardson não conseguiu classificar-se sequer para as finais dos 100 e 200 m, depois de dias antes, ter falado no Twitter em recorde mundial nos treinos. A sprinter de 22 anos entrou nos Trials dos Estados Unidos em grande forma, com as melhores performances da época no Pre Classic e no Grande Prémio de Nova York.
Ela evitou falar com a imprensa após os 100 m e disse aos repórteres após os 200 m: “Os repórteres precisam de ser mais respeitosos com os seus atletas, sejam eles vencedores ou perdedores”. Richardson ainda não disse se pensa competir noutras provas nesta época.
Cole Hocker
Cole Hocker liderou desde o início a sua eliminatória dos 1.500 m masculinos mas faltou-lhe a necessária ponta final, terminando em sexto lugar com 3.39,25. Havia grandes esperanças em Hocker, de 21 anos, depois de ter sido sexto nos JO de Tóquio.
O agente de Hocker, disse que ele esteve a lutar contra uma lesão nas últimas três semanas, treinando apenas na bicicleta nos 12 dias anteriores. A lesão não foi identificada, mas Hocker, que também estava escalado para correr os 5.000 m, não compareceu.
Christian Coleman
Coleman mostrou o seu nível nas eliminatórias e meias-finais (10,07 e 9,87) dos 100 m mas depois, não compareceu na final. Como ele é o atual campeão mundial dos 100 m, ele tem uma vaga automática no Mundial.
A desistência de Coleman foi inesperada, já que no início deste mês, ele falou em querer participar em mais provas antes do Mundial. Desde o seu regresso da suspensão, Coleman conquistou uma medalha de prata nos 60 m no Campeonato Mundial de pista coberta disputado este ano na Sérvia.
Gabby Thomas
Gabby Thomas, duas vezes medalhada olímpica, parecia estar bem nas eliminatórias dos 200 m, mas não conseguiu ficar entre os três primeiras na final. Foi apenas oitava com 22,47.
Antes da final dos 200 m, ela anunciou na sua página do Twitter que estava a lutar contra uma lesão no tendão. A atual campeã universitária dos 200 m, Abby Steiner, venceu em 21,77, novo recorde pessoal e melhor marca mundial da época.
Os resultados do Campeonato de Atletismo dos Estados Unidos podem ser consultados aqui .