O britânico Jake Wightman surpreendeu todos ao vencer a final dos 1500 m em Eugene. O brasileiro Alison dos Santos venceu sensacionalmente os 400m barreiras e Eleanor Patterson tornou-se a primeira campeã mundial australiana do salto em altura.
Cada noite neste Mundial reserva surpresas e a sessão de terça-feira não escapou à regra. Nos 1.500 m lançados em bases muito rápidas, o britânico Jake Wightman venceu ao sprint, à frente do atual campeão olímpico, o norueguês Jakob Ingebrigtsen. Este último assumiu a liderança a 800 m da meta, num ritmo muito firme. Mas a 200 m da meta, Wightman atacou, antes de conseguir passar na curva e resistiu na reta final para vencer em 3.29,23 à frente de Ingebrigtsen (3.29,47) e do espanhol Mohamed Katir (3.29,90).
Nos 400 m barreiras, o brasileiro Alison dos Santos apresentava-se em grande forma mas tinha pela frente adversários de grande nível, como o vice-campeão olímpico Rai Benjamin ou o campeão olímpico e recordista mundial, o norueguês Karsten Warholm. Numa corrida louca, Alison dos Santos venceu em 46,29, à frente dos norte-americanos Rai Benjamin (46,89) e Trevor Bassitt (47,39). Karsten Warholm, que cometeu um erro no final da prova, foi apenas sétimo com 48,42.
No salto em altura feminino, a final também teve um desfecho inesperado. A ucraniana Yaroslava Magoutchik, que era a grande favorita com 2,03 m alcançados no final de junho, teve que se curvar à australiana Eleanor Patterson. As duas saltadoras ultrapassaram 2,02 m, mas Patterson, vice-campeão mundial em pista coberta em Belgrado, precisou apenas de uma tentativa, contra duas da ucraniana de 20 anos.
Quinta nos JO de Tóquio, ela igualou o recorde da Oceânia da sua compatriota Nicola McDermott.
No lançamento do disco, o esloveno Kristjan Ceh, sagrou-se campeão mundial com um lançamento de 71,13 m, novo recorde dos Campeonatos. Foi a sua vingança dos JO de Tóquio onde foi apenas quinto. A medalha de prata foi entregue ao jovem de 19 anos, Mykolas Alekna, filho do bicampeão olímpico e mundial Virgilijus Alekna, com 69,27 m, muito próximo do seu recorde pessoal. Foi o seu primeiro pódio mundial como sénior, um ano depois da vitória como júnior.
O outro lituano na final, Andrius Gudzius, completou o pódio com 67,55 m. O sueco Daniel Stahl, campeão olímpico, terminou em quarto lugar com 67,10 m.
Nas meias-finais dos 200 m femininos, de elevado nível, a jamaicana Shericka Jackson aproveitou as condições perfeitas (tempo quente, vento favorável no limite) para vencer a sua prova em 21,67 (+ 2m/s), o 12º tempo mais rápido de sempre. A nigeriana Aminatou Seyni foi segunda em 22,04 e também estará na final na quinta-feira.
Na segunda meia-final, a norte-americana Tamara Clark venceu a britânica Dina Asher-Smith por um centésimo em 21,95 (+1,4 m/s), deixando Elaine Thompson-Herah (21,97) no terceiro lugar, à espera de ser uma das duas repescadas para poder estar na final.
A terceira meia-final foi mais lenta. Shelly-Ann Fraser-Pryce esteve muito confortável em 21,82, (-0,1 m/s), à frente da norte-americana Abby Steiner em 22,15. Mas a terceira, Favour Ofili terminou em 22,30, possibilitando a Thompson-Herah e à suíça Mujinga Kambundji (3ª na primeira meia-final com recorde nacional em 22,05) a passagem à final, como repescadas. Será que tal como nos 100 m, vamos ter as três jamaicanas no pódio?
As meias-finais dos 200 m masculinos começaram com uma surpresa, Fred Kerley, recente campeão mundial dos 100 m, foi apenas sexto na sua série em 20,68, incapaz de manter o ritmo com cãibras no tendão direito. O jovem dominicano Alexander Ogando, de 22 anos, venceu em 19,91 (-0,1 m/s), novo recorde nacional, à frente do liberiano Joseph Fahnbulleh em 19,92.
O campeão mundial de Doha 2019, Noah Lyles, venceu a sua meia-final em 19,62 (+ 1,1 m/s), à frente do seu compatriota Kenneth Bednarek (19,84).
Na terceira meia-final, brilhou Erriyon Knighton, de 18 anos, com 19,77 (+0,3 m/s), com mais de 30 centésimos de vantagem sobre o canadiano Aaron Brown (20,10). Os dois repescados para a final de quinta-feira são o trinitário Jereem Richards (19,86, 3º na 2ª meia-final) e o sul-africano Luxolo Adams (20,09, 4º na 2ª meia-final).