Os deputados Roman Teryushkov e Eduard Isakov, entregaram no parlamento russo um projeto de lei para que o país deixe de reconhecer as decisões do TAS. Ambos argumentam que o TAS negligenciou a proteção dos direitos dos atletas russos durante as proibições generalizadas implementadas como resultado da invasão da Ucrânia pelo país.
Isakov disse que o TAS “toma decisões injustas contra atletas russos” e que o projeto de lei ajudará a “restaurar a soberania desportiva da Rússia”.
“Se o TAS exercer os seus poderes com base na pertença de um determinado atleta a uma determinada nacionalidade, recusando-se a proteger os direitos dos nossos atletas, francamente não vejo razão para reconhecer ainda mais a jurisdição do TAS”, explicou Isakov à TASS.
Várias federações desportivas internacionais impuseram proibições a atletas russos e bielorrussos após a invasão da Ucrânia em fevereiro, seguindo recomendações do Comité Olímpico Internacional (COI). A Rússia contestou algumas dessas decisões ao TAS, como as da FIFA e da UEFA, mas foram rejeitadas.
Além disso, existe uma ameaça de que a Rússia e a Bielorrússia poderão romper com o COI se forem banidos dos JO de Paris 2024 e criarem uma organização separatista semelhante à dos eventos Spartakiad na antiga URSS.
“Uma separação russa é certamente possível”, disse Dick Pound, membro sénior do COI ao Sports Examiner. Segundo ele, uma Spartakiad não teria grandes hipóteses de sucesso. “A Rússia deve enfrentar esta realidade. Sim, os Jogos Olímpicos dão as boas-vindas a todos, mas não a um estado fora da lei”.