O Quénia conquistou até agora, 35 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, 34 delas no atletismo. Esta, é sem dúvida, a modalidade mais importante no país.
Mas o doping tem flagelado a modalidade com 55 atletas a cumprirem suspensões.Outros oito atletas foram suspensos provisoriamente e aguardam os resultados dos seus casos.
O Quénia é neste momento, o terceiro país com mais casos de doping, a seguir à Rússia com 102 e a Índia com 61. O país esteve recentemente, próximo de ser suspenso pela World Athletics mas conseguiu evitar tal pena por agora, depois de se ter comprometido a gastar 25 milhões de dólares nos próximos cinco anos para combater o doping.
O ministro dos Desportos, Ababu Namwamba, espera acelerar as alterações à legislação e reprimir o doping da mesma forma que o governo faz com as drogas. “No momento, a Lei Antidoping do Quénia de 2016 não é, na minha opinião, suficientemente carregada para lidar este desafio com a força necessária”, disse Namwamba.
Segundo ele, há uma mafia organizada ligada ao doping no atletismo que envolve agentes, treinadores e médicos, sendo necessários vários instrumentos para desmantelar essa mafia.
“Acredito que precisamos de criminalizar o doping e elevar o manuseio de substâncias dopantes ao mesmo nível dos narcóticos. Portanto, da mesma forma que lidamos com os traficantes de drogas, devemos lidar com os envolvidos nessa prática”.
A Agência Mundial Antidoping (Wada) não acredita que o doping deva ser considerado crime para os atletas, com os sancionados a terem o direito de apelar ao Tribunal Arbitral do Desporto.
Já houve em 2016, tentativas de criminalizar o doping no Quénia ma não tiveram sucesso, com uma moção do ex-parlamentar e ex-atleta Wesley Korir a ser derrotada.
Então, a proposta de alteração das regras da Agência Antidopagem do Quénia (ADAK) foi rejeitada porque ia contra o código de criminalização da WADA.
Apesar dos desafios que tem pela frente, Namwamba acredita que vai conseguir mudar as leis do Quénia. “Acredito que vou convencer o parlamento sobre a seriedade deste assunto…Quero ter uma conversa muito franca com o parlamento. Acredito que o parlamento vai aderir a essa nova agenda de resgate da imagem do Quénia.”