Já temos um número suficiente de ultramaratonas de elevado grau de dificuldade de que são exemplo, as de Barkley. Mas vamos ter no verão de 2023 na Tanzânia, o Hadza 80K, ultra com 80 km onde os participantes terão de recorrer às suas habilidades de sobrevivência para chegar à meta.
Esta ultra não terá zonas de alimentação, água ou géis de energia. Os corredores também não poderão trazer suprimentos. Eles devem coletar a sua própria água da chuva natural ou dos baobás, (árvore nativa do continente africano e da Austrália) enquanto a comida terá que vir de árvores frutíferas ou da caça.
Uma das poucas tribos de caçadores-coletores remanescentes no mundo, os Hadza, viveram dessa forma na região durante milhares de anos. Eles vivem de forma sustentável no Vale de Yaeda, na Tanzânia.
A prova será disputada durante a estação seca, quando a paisagem está vazia e implacável. Segundo a tribo, com as habilidades certas, há comida e água suficientes na estação seca e as temperaturas são moderadas.
São esperados 50 a 100 participantes que terão de saber caçar a fazer fogo. O percurso será um desafio para a maioria, com 80 quilómetros em altitude (1.300 m) e a uma temperatura de 30ºC.
Parte da receita da prova irá diretamente para a tribo Hadza para utilizar nas suas terras e compartilhar as suas habilidades de sobrevivência. A tribo utilizará a verba angariada na saúde, educação e resolução de disputas de terra.