A World Athletics propôs às suas federações membros a possibilidade das atletas transgéneros competirem em eventos femininos, mas sob regras consideravelmente mais rígidas em relação à testosterona do que as atualmente em vigor.
De acordo com o The Telegraph, a World Athletics enfatizou que ainda não foi tomada uma decisão final. A opção que está em discussão entre o Conselho e as federações membros limitaria a quantidade máxima de testosterona plasmática para as mulheres transgénero e para aquelas com diferenças no desenvolvimento sexual (DSD) em 2,5 nanomoles por litro (nmol/L), que é metade do limite atual de cinco nanomoles. A proposta também afirma que as atletas teriam de permanecer abaixo desse nível durante dois anos.
A atual política transgénero da World Athletics afirma que, para ser elegível para a competição feminina, as atletas devem manter os seus níveis de testosterona abaixo de 5 nmol/L durante 12 meses. A nova proposta tornará mais difícil para as mulheres trans, diminuindo os níveis de testosterona em 50% e dobrando o tempo em que se devem manter nesse nível, para 24 meses.
A proposta da World Athletics não chega a pedir a proibição total de atletas trans; afirma que esta é a sua “opção preferida” depois de analisar novos estudos científicos e outros já existentes, para traçar uma linha entre inclusão e justiça.
“Apresentar uma opção preferida é a melhor maneira de obter feedback construtivo, mas isso não significa que esta seja a opção que será apresentada ao Conselho ou adotada”, disse a World Athletics num comunicado.
Segundo o The Telegraph, a decisão final sobre a proposta será tomada na próxima reunião da World Athletics em março.
Em junho do ano passado, a World Aquatics (anteriormente conhecida como FINA) colocou outros órgãos reguladores do desporto em alerta depois de ter proibido a participação de transgéneros em eventos femininos. O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, elogiou então a decisão da FINA, afirmando: “Quando se trata de atletas transgéneros, acredito em priorizar a justiça sobre a inclusão”.