A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya afirmou que recebeu apoio “zero” do Comité Olímpico Internacional (COI) desde que desertou para a Polónia, durante os JO de Tóquio.
Como sabemos, Tsimanouskaya não chegou a participar nos Jogos e recusou-se a regressar ao seu país, após críticas públicas aos treinadores da seleção nacional.
O técnico de atletismo em Tóquio, Yury Maisevich, foi recentemente acusado pela Unidade de Integridade do Atletismo de agir de má-fé e sem integridade.
Tsimanouskaya recebeu um visto humanitário da Polónia e é agora, cidadã polaca de pleno direito. A Carta Olímpica exige que os atletas esperem três anos desde a última vez que representaram o seu antigo país para participar pelo seu novo país nos Jogos Olímpicos, embora o Conselho Executivo do COI possa “tomar todas as decisões de natureza geral ou individual com relação a questões resultantes de nacionalidade , cidadania, domicílio ou residência de qualquer concorrente”.
No entanto, Tsimanouskaya disse à DW que recebeu apoio “zero” do COI e que não recebeu nenhum contato dos seus funcionários desde a chegada à Polónia, incluindo um pedido de subsídio financeiro do Fundo de Solidariedade Olímpica.
Ela também sugeriu que os atletas que representam a Bielorrússia precisam de ter uma aprovação do Comité de Segurança do Estado (KGB) do seu país. “Os atletas e treinadores que representam atualmente a seleção bielorrussa, foram escolhidos de acordo com princípios políticos e não atléticos”, acrescentou Tsimanouskaya.
“Apenas pessoas leais ao regime estão neste momento, na equipa, pessoas que foram aprovadas pela KGB. “Isso viola os princípios do Olimpismo e os direitos de atletas como eu. Parece que não temos nenhum direito.”
Também a arqueira bielorrussa Karyna Kazlouskaya fugiu para a Polónia no ano passado, depois de ter sido excluída da seleção. Ela também acusou o COI de ter “acabado por nos deixar, as pessoas que sofreram sob o regime”.
Ela assinou uma carta aberta em 2020 pedindo o fim da violência policial contra os manifestantes pacíficos após a contestada reeleição de Alexander Lukashenko como presidente.
O Comité Olímpico Nacional da República da Bielorrússia foi atingido por várias sanções do COI que não reconhece a eleição de Viktor Lukashenko, filho de Alexander Lukashenko, como presidente, mas o órgão evitou a suspensão.
Kazlouskaya e Tsimanouskaya estavam entre os 48 oponentes de Lukashenko dentro do desporto que pediram ao COI que apresentasse uma “Declaração Anti-guerra” para determinar quem pode competir internacionalmente.
O ministro dos Desportos da Polónia, Kamil Bortniczuk, sugeriu que os atletas dissidentes russos e bielorrussos possam competir nos JO de Paris como parte de uma equipa de refugiados do COI.