Na cidade do Rio Azul, moram os Tãlentos Team, clube criado há menos de três anos e já com 60 atletas mais algumas dezenas de caminheiros. O segredo de ter tanta gente está no ótimo ambiente criado pelos responsáveis do clube.
Tãlentos com til, isso mesmo! Perguntámos a Nuno Lucas qual a razão do til e a explicação veio rápida: “Então, é uma abreviatura de “tão lentos”.
O Tãlentos Team mora em Setúbal, cidade do rio azul e surgiu em Setembro de 2014. Os amigos Nuno Lucas e Carlos Brito corriam como individuais e questionaram-se porque não se criar um nome? O projeto arrancou com meia dúzia de amigos que já corriam, tendo o nome e o símbolo sido escolhidos por votação.
Em Outubro, já estavam a participar no Duratrail em Setúbal com uma dezena de atletas. Estrearam-se como equipa em Janeiro, no Trail Vicentino disputado em Portalegre com 81 participantes. Nas três vezes que lá foram, conseguiram ser sempre a equipa mais numerosa.
Grande expansão, fruto de grande dinamismo
Apesar de um grande dinamismo, o Tãlentos Team ainda não está formalizado como clube e como tal, ainda não tem uma Direcção nem sócios. Nuno Lucas, Carlos Brito e Paulo Nunes asseguram o funcionamento do grupo que pensa legalizar-se no final deste ano, início de 2018.
Em menos de três anos de existência, o clube já tem cerca de 60 de atletas e duas secções em funcionamento, a do atletismo e a das caminhadas. Estas, têm uma média de 40 pessoas mas já chegou a superar a centena. Embora a maioria dos caminheiros sejam de Setúbal, vem gente de todo o lado como Sintra, Cascais e outros concelhos do distrito de Setúbal. O Parque Natural da Arrábida é naturalmente o local de eleição e durante o ano, são efetuadas cerca de 40 caminhadas.
Para além das caminhadas, o clube foi convidado pelo Vitória de Setúbal a organizar uma Caminhada em 2015 e uma Corrida de 10 km em 2016, que se revelaram um êxito em termos organizativos.
“Muita gente passou da caminhada para o trail e estrada”
Poucos apoios
Os atletas do clube participam habitualmente em trails e provas de estrada. Tem já 12 maratonistas e três ultramaratonistas. No fim de semana de 22 e 23 de Abril, teve 13 atletas a participarem no Madeira Island Ultra Trail, três deles na prova rainha na distância 115 km. Não tem treinadores mas todas as quintas-feiras, há um treino de conjunto pelas 19.45 que tem tido uma boa participação. “É um treino e não uma competição, quando alguém se atrasa um pouco, os mais rápidos voltam para trás e continuamos todos juntos”.
Como é compreensível, o clube ainda não teve acesso a subsídios. Mas tem tido alguns patrocínios que ajudaram a adquirir equipamentos de qualidade com um preço mais reduzido para os seus atletas. Para Nuno Lucas, “os patrocinadores têm acreditado no nosso projeto, alguns estão connosco desde o início”.
As caminhadas por exemplo, começam e acabam junto a uma pastelaria que patrocina o clube. “Ela ajuda-nos e os caminheiros fazem lá despesa no início e termo das caminhadas”.
Cada atleta paga a sua inscrição, os apoios aos atletas passam pelos equipamentos a preços mais acessíveis e pelo apoio logístico. “Arranjamos transporte para todos que vão às provas. Marcamos um local de encontro e juntamo-nos nos carros, é uma forma de reduzir as despesas. E uma meia dúzia de vezes por ano, alugamos autocarros, mais para os trails. Muitas vezes, o autocarro vai cheio, ainda têm de ir mais uns quantos carros”.
Tãlentos Team
Concelho: Setúbal
Ano fundação: 2014
Atletas: 60
Técnicos: 0
O triunvirato responsável pelo clube mostra-se muito satisfeito com os resultados dos seus atletas. Escusam-se a referir algum nome que se venha destacando, preferindo destacar a união pelo convívio e pelo espírito de grupo. “Mas temos muito bons atletas que já foram convidados para reforçarem outras equipas e recusaram. Cada vez, somos mais e melhores. Menos ‘tãlentos’. Muita gente nova tem aderido”. O clube tem tido muitos pódios nos escalões e é frequentemente, a equipa mais numerosa. “Recebemos muitos convites para ir a provas, é pela boa imagem que deixamos”.
“Gostava de termos um atleta de cada distrito do país. Já temos de Setúbal, Lisboa e Portalegre”
Quanto a dificuldades na prática da modalidade, foi-nos referida apenas a questão monetária. “Corremos por gosto mas são tantas as provas… Muita gente, escolhe uma prova por mês porque as inscrições estão caras”.
Festa com os últimos
Estórias ainda não são muitas. Mas há uma que é demonstrativa do ambiente dentro do clube. “Fomos participar na Corrida das Força Armadas, nos terrenos dos Comandos da Amadora. Acabámos a prova e voltámos para trás para ir buscar os nossos dois últimos. Acabámos todos juntos, fizemos uma festa tão grande que os fotógrafos que estavam a fotografar os primeiros, se viraram todos para nós”.
A terminar, Carlos Brito expressou um desejo: “Gostava de termos um atleta de cada distrito do país. Já temos de Setúbal, Lisboa e Portalegre”. Pode ser que com esta reportagem, atletas de outros distritos adiram a este desejo.