Os casos de doping no Quénia não param. A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) e a Agência Antidoping do Quénia (ADAK) denunciaram ontem uma operação médica para ajudar atletas quenianos a esconder crimes relacionados com o doping. As duas instituições anunciaram que encontraram semelhanças em documentos falsificados e referências a médicos fictícios em dois casos recentes.
“Está claro que o doping no Quénia está a tornar-se mais organizado e estes casos ressaltam a realidade do envolvimento de pessoal médico experiente. Esta é uma séria ameaça à nossa modalidde ”, disse o presidente da AIU, David Howman, em comunicado divulgado pela agência de notícias Reuters.
Em 26 de janeiro, a atleta queniana Betty Wilson Lempus foi suspensa por cinco anos por ter recorrido a substância proibida em competição (triancinolona), mas também por apresentar documentos falsificados. Um mês depois, outra atleta, Eglay Nalyanya, foi suspensa por oito anos por acusação semelhante. A AIU e a ADAK afirmam ter encontrado “semelhanças notáveis” entre a defesa das duas mulheres.
“Nalyanya e Lempus disseram à AIU que receberam injeções intramusculares enquanto eram tratadas no mesmo hospital queniano e produziram documentos médicos falsificados para apoiar as suas respectivas reivindicações”, observou a AIU .
“Parece que os atletas quenianos de elite estão a ser auxiliados por um ou mais indivíduos, incluindo alguém com conhecimento médico considerável, para cometer o que equivale a comportamento criminoso envolvendo fraude contra a AIU” , acrescentou.
A Unidade de Integridade do Atletismo anunciou que está a trabalhar com as autoridades quenianas para conter o problema.