Joana Fonseca tem 36 anos e é veterinária. Atleta do CD Feirense, só começou a correr a sério há 6/7 anos mas já apresenta um curriculum desportivo muito agradável, com muitas vitórias e subidas ao pódio em provas populares. Tem notado grande evolução desde que aderiu ao plano de treino do grupo ‘Are you running today’.
Joana Fonseca nasceu em Lisboa e tem 36 anos. Começou a correr há 15 anos mas a treinar mais a sério, há 6/7 anos. “Deixei de praticar Ballet aos 18 anos, senti que precisava de fazer alguma atividade física e comecei a correr. Mas simplesmente saía de casa e corria. Sem equipamento específico, sem relógio, etc. Só mais tarde, há cerca de 6/7 anos, no Correr Lisboa, comecei a treinar sob orientação de um treinador, o Armando Monteiro”.
Estreia em Braga com um quarto lugar e vontade de repetir
Joana estreou-se nas provas de estrada em 2011, na ‘Corrida Vital’ de 5 km em Braga. Lembro-me de ter ficado em quarto lugar da geral e de um amigo veterano, o Antony, que me convenceu a inscrever-me, dizer que se eu tivesse saído da frente, teria ficado provavelmente em terceiro lugar. Gostei da sensação de competir, fiquei surpreendida comigo própria e fiquei logo com vontade de repetir”.
“Desde o companheiro, às avós, tias, amigos, todos são essenciais para conseguir conciliar tudo”
Plano de treino do grupo “Are you running today”
Joana representa atualmente o Clube Desportivo Feirense e treina sozinha desde que foi mãe em 2020. “Antes disso, treinava com o meu companheiro. Para a maratona, treino cerca de 9/10 vezes por semana; para provas de 10/21 km, cerca de 7 vezes por semana”.
Segue um plano de treino desde novembro de 2022 do grupo ‘Are you running today’, cujo treinador é o Ricardo Gomes. “Estou a gostar muito da experiência e já melhorei bastante os meus tempos. Temos pena de estarmos em cidades diferentes, porque se estivéssemos mais perto, o acompanhamento poderia ser ainda melhor”.
Como conciliar a família e atividade profissional com o atletismo
Não tem sido fácil a Joana conciliar a vida familiar e atividade profissional com os treinos e corridas. Até agora, tem conseguido conciliar tudo porque gosta muito da modalidade e tem um bom suporte ao seu redor que a ajuda na logística. “Desde o companheiro, às avós, tias, amigos, todos são essenciais para conseguir conciliar tudo. Treinar bem cedo, antes de trabalhar, ou ao final do dia”.
E se agora já não é fácil, num futuro próximo vai ser ainda mais difícil. “Em setembro, iniciarei uma nova etapa, a de doutoranda, e terei menos tempo disponível para treinar”.
“As pessoas que tenho conhecido ao longo destes anos também são muito importantes, tenho feito bons amigos”
Distância preferida passa pela maratona
A maratona é a sua distância preferida. Já correu oito com a primeira a ser em Lisboa, “para experimentar, ainda sem plano de treino ou qualquer orientação…. Lembro-me que estava muito calor, foi em outubro de 2017, um dia em que houve muitos incêndios pelo país. Acabei com 3h15m”.
Corre em média, 15 a 20 provas por ano e tem três provas preferidas. São Silvestre da Amadora, Meia Maratona de Cascais e a Corrida das Fogueiras.
Já a prova que lhe deixou recordações menos agradáveis foi a última edição da Maratona de Badajoz. “Para além de o percurso ser desinteressante e difícil, estava muito mal sinalizado (ao ponto da própria polícia que ia a acompanhar de mota, se perder)”.
Já experimentou o trail mas prefere a estrada. “Experimentei mas torço demasiado os pés!”
Momentos marcantes da carreira desportiva
Joana elege dois momentos marcantes da sua carreira desportiva. O primeiro foi quando ganhou pela primeira vez uma meia maratona, a de Cascais em 2019. “Tive vários colegas de equipa, na altura, ‘Correr Lisboa’, a ajudar para o resultado. No final, estavam a minha mãe e os meus sobrinhos a assistir, ficaram doidos de ver a tia a chegar em primeiro lugar, naquele lindo cenário da Meia Maratona de Cascais!! Foi muito especial.”
O outro momento marcante foi na Maratona de Macau, onde esteve como convidada para representar Portugal. “Conheci pessoas importantes da modalidade, entre elas, o António Sousa. Pelo conhecimento e paixão que transmite pela modalidade, em especial pela maratona, fiquei logo com vontade de fazer uma maratona treinada por ele. O que aconteceu logo após ser mãe, na Maratona de Lisboa, e com bons resultados (2h44m e 2h40m).
“A minha superação individual é o que me motiva e vai ser sempre diferente da dos outros”
Apoio importante do GFD na prevenção de lesões
Joana não tem sido muito visitada pelas lesões, queixando-se apenas de fascites plantares em ambos os pés, tratadas no Gabinete de Fisioterapia no Desporto. “O GFD, do qual também faço parte do grupo de corrida – GFD Running -, apoia-me a nível de tratamentos e massagens desportivas desde 2019. Penso que as massagens que faço lá todas as semanas, são essenciais para prevenir lesões”.
Tem os devidos cuidados com a saúde, não dispensando os exames básicos, hemograma e doseamentos de vitaminas/minerais. A nível alimentar, evita ao máximo os alimentos processados.
Joana pensa correr até sempre, “competir até ter tempo para conseguir treinar”. Já quanto a uma modalidade alternativa ao atletismo, não faz ideia de qual seria a sua escolha.
Muitas amizades no mundo das corridas
No mundo das corridas, Joana gosta de treinar, correr e das sensações da competição, da superação. “As pessoas que tenho conhecido ao longo destes anos, também são muito importantes, tenho feito bons amigos”.
Mais lebres/marcadores de ritmo nas corridas
Quanto a uma melhor organização das corridas, deixa a sugestão de um maior uso de lebres/marcadores de ritmo, como forma de ajudar os corredores a superarem-se.
Vê com otimismo o futuro da modalidade. “Temos atletas promissores, espero que consigam continuar a progredir e a competir a alto nível”.
Objetivos definidos com os pés assentes na terra
Joana tem objetivos bem definidos na modalidade e que passam por melhorar os seus tempos aos 10 km, meia maratona e maratona, “sempre com os pés assentes na terra. A minha superação individual é o que me motiva e vai ser sempre diferente da dos outros. Os meus tempos são excelentes para uns e péssimos para outros, tudo é subjetivo”.
Quando trocava os dias e as horas das provas
Quando começou a correr, Joana trocava com facilidade os dias ou as horas das provas. “Agora, as estórias são engraçadas, mas na altura, não tiveram piada nenhuma. Cheguei na Maratona do Gerês, a ficar a dormir num hotel mesmo ao lado, diria colado, à partida, enganar-me na hora da prova e chegar uns 15 minutos depois da partida. Acabei por partir na Meia Maratona que começava mais tarde e ganhar nessa distância”.
Veterinária nos bastidores
Joana é veterinária e gosta muito da sua profissão. Não dá consultas mas trabalha nos bastidores (backstage). “Estou ao microscópio a fazer os diagnósticos, a trabalhar em conjunto com os meus colegas veterinários que dão a cara na consulta, em prol do bem-estar e saúde de cada animal”.
Relativamente a uma maior consciencialização dos cidadãos no trato dos animais, considera que o respeito para com eles tem aumentado, mas ainda há um longo caminho a percorrer. “Por exemplo, um avanço significativo ocorreu desde o massacrante incêndio de SantoTirso, em que foi criada a figura do Provedor do animal. Esta, tem o papel de sensibilizar a sociedade para o bem-estar animal e trabalhar com o governo, de maneira a melhorar a legislação no que diz respeito a este tema”.
Página do instagram
A terminar, Joana convidou todos nós a visitar a sua página do instagram: joanafonseca_runner.