A norte-americana Allyson Felix, pronunciou-se, enfatizando a necessidade de melhores cuidados de maternidade para as mulheres negras no país, de forma a garantir que a morte de sua ex-companheira de equipa Tori Bowie não seja em vão. Bowie morreu tragicamente aos 32 anos no mês passado, devido a complicações durante o parto.
Em artigo escrito para a revista Time, Assyson Felix, heptacampeã olímpica, expressou a sua preocupação, afirmando: “Três medalhadas de ouro daquela equipa da estafeta 4×100 m do Rio decidiram ser mães. Nós as três, todas mulheres negras, tivemos sérias complicações. Tori faleceu. Estamos lidando com uma crise de saúde materna negra. Temos três campeãs olímpicas e ainda estamos em risco”.
Em 2018, Allyson Felix deu à luz prematuramente às 32 semanas, após ter sido diagnosticada com pré-eclâmpsia, uma condição de gravidez potencialmente fatal caracterizada por tensão arterial alta. Tianna Madison (ex-Bartoletta), outro membro da estafeta 4×100 m vencedora da medalha de ouro, também revelou que enfrentou uma experiência de quase morte durante o parto, depois de entrar em trabalho de parto às 26 semanas.
Felix chamou em 2021, a atenção para os dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que mostravam que a taxa de mortalidade materna para mulheres negras nos Estados Unidos é 2,6 vezes maior do que para mulheres brancas. Da mesma forma, um estudo de 2021 da Universidade de Oxford demonstrou que as mulheres negras na Grã-Bretanha tinham quatro vezes mais hipóteses de morrer durante a gravidez e o parto do que as mulheres brancas.
Sublinhando a urgência da situação, Felix afirmou: “É preciso agora haver uma mudança, especialmente à luz da trágica morte de Tori”. Felix também mencionou as celebridades Serena Williams e Beyonce, as quais, tiveram ambas, complicações de quase morte durante a gravidez. “Eu odeio que seja preciso a situação de Tori para chamar a atenção para este problema”, escreveu Felix. “Mas, muitas vezes, serve como um alerta.”
Expressando a sua preocupação em ter mais filhos, Felix pediu à comunidade médica que abordasse os desafios enfrentados pelas mulheres negras. “Os médicos precisam de conversar com as mulheres negras grávidas e educá-las sobre os sinais a serem observados durante a gravidez”, escreve Felix. “Corremos um risco maior de experimentar essas complicações.”