Kimia Yousofi, que se refugiou na Austrália no ano passado depois de fugir da perseguição do regime talibã no seu país natal, é uma das 14 atletas listadas na equipa do Afeganistão que disputa os Jogos Asiáticos em Hangzhou, na China.
“O mais importante para mim é representar as nossas meninas no Afeganistão”, disse ela.
As outras mulheres afegãs competem no voleibol e no ciclismo e, tal como Yousofi, construíram novas vidas noutros países.
O desporto feminino no Afeganistão foi efetivamente proibido pelos talibãs quando estes regressaram ao poder em 2021. Tal significou que nenhuma mulher pôde viajar na delegação do seu país para Hangzhou, constituída por mais de 120 competidores, treinadores e supervisores. Mas com a ajuda de organismos desportivos estrangeiros, algumas mulheres afegãs residentes fora do seu país, estão a participar nos Jogos Asiáticos.
Yousofi, de 27 anos, que carregou a bandeira do Afeganistão nos JO de Tóquio há dois anos, competiu na primeira eliminatória dos 100 metros. E embora tenha terminado em último lugar, ela disse que havia um significado maior em jogo, “estar aqui para representar as meninas afegãs que não têm permissão para estudar e praticar desporto”.
Vestindo um lenço preto e uma camisola rosa, Yousofi correu em 13,32 s, a escassos três centésimos do seu recorde pessoal.
“As pessoas são incríveis e dão-nos muita energia”, disse Yousofi, que ainda irá competir nas eliminatórias dos 200 m.