A conceituada revista de atletismo norte-americana Track & Filed procedeu à eleição das melhores atletas mundiais de 2023. Participaram na eleição, 32 membros de um painel internacional da escolha da Atleta Feminina do Ano. A pontuação foi de 10 pontos à primeira, nove à segunda, até 1 ponto à décima.
A queniana Faith Kipyegon foi a grande vencedora. Apenas por três vezes, e não no último quarto de século, a vencedora superou a taxa de aprovação de 99,7% de Faith Kipyegon. A estrela queniana recebeu trinta e um votos no primeiro lugar. Femke Bol obteve o único voto dissidente.
Três mulheres – Kipyegon, Shericka Jackson e Yulimar Rojas – também estiveram no Top 10 de 2022. Kipyegon e Yulimar Rojas estão na lista pelo terceiro ano consecutivo, esta aliás, pelo quarto ano consecutivo. Sifan Hassan recebeu honras do Top 10 em 3 das últimas 4 edições. Sha’Carri Richardson foi a única norte-americana nas dez primeiras.
Eis a lista do Top 10 Feminino de 23
1. Faith Kipyegon (Quénia)
Com 31 dos 32 votos possíveis para o primeiro lugar, Kipyegon, de 29 anos, recolheu a esmagadora maioria dos votos. Ela bateu os recordes mundiais dos 1.500 m e da milha, respetivamente em 3.49,11 e 4.07,64. Esteve invicta nestas duas distâncias, conquistou o ouro no Mundial de Budapeste e venceu quatro meetings da Liga Diamante incluindo a final. Nos 5.000 m, bateu o recorde mundial com 14.05,20 e também venceu em Budapeste. É a quarta vez que está no Top 10 e é a primeira queniana em primeiro lugar, desde Vivian Cheruiyot em 2011.
2. Shericka Jackson (Jamaica)
No ano passado, ela foi a número 4. Agora, a sprinter jamaicana subiu duas posições graças a uma época invicta nos 200 m, além de uma campanha sólida nos 100 m. No Mundial de Budapeste, ela conquistou a prata nos 100 m em 10,72 e o ouro nos 200 m em 21,41. Também venceu a final dos 200 m da Liga Diamante. Venceu três das nove provas de 100 m e obteve três das cinco melhores marcas mundiais do ano.
3. Femke Bol (Países Baixos)
Se não fosse a época de Sydney McLaughlin-Levrone no ano passado, Femke Bol podia ser considerada como a maior corredora de sempre dos 400 m barreiras. Ela venceu seis vezes na Liga Diamante, incluindo a final. Obteve as oito melhores marcas mundiais do ano com três provas abaixo dos 52,00. A sua melhor marca, 51,45, torna a jovem de 23 anos, a número 2 da história. É sua primeira aparição no Top 10; ela junta-se a Sifan Hassan como a única neerlandesa a fazer parte da seleção.
4. Gudaf Tsegay (Etiópia)
A jovem de 26 anos destacou-se particularmente nos 10.000 m. Começou com 29.29,73 para vencer as seletivas da Etiópia, passando para a quarta posição mundial de sempre. Depois, venceu a final dos 10.000 m do Mundial de Budapeste e a final dos 5.000 m da Liga Diamante com um recorde mundial de 14.00,21.
5. Sifan Hassan (Países Baixos)
Na sua terceira presença no Top 10, Sifan Hassan esteve espetacular dos 1.500 m à maratona. Venceu as maratonas de Londres em 2h18m33s e Chicago em 2h13m44s, segunda melhor marca mundial de sempre. Ganhou uma medalha de prata nos 5.000 m do Mundial de Budapeste, uma de bronze nos 1.500 m em 3.56,00 e caiu na final dos 10.000 m, a poucos metros da meta quando lutava pelo triunfo.
Os seus recordes pessoais de 14.13,42 aos 5.000 m e 29.37,80 aos 10.000 m, colocam-na no top 10 mundial de sempre.
6. Yulimar Rojas (Venezuela)
Mais uma vez, Yulimar Rojas afirmou-se como a melhor triplista mundial de sempre. Os seus 15,35 m na final da Liga Diamante são apenas o 13º salto mundial de sempre mas ela detém os 11 melhores saltos da história. Rojas esteve invicta em sete competições e conquistou o seu quarto título mundial ao ar livre, sete se considerarmos os três em pista coberta.
Esta é sua quarta participação no Top 10, depois de ter sido segunda por duas vezes consecutivas.
7. Winfred Yavi (Bahrein)
A barenita Winfred Yavi, ex-queniana, venceu seis das sete provas em que participou, incluindo o Mundial de Budapeste e a final da Liga Diamante, esta última em impressionantes 8.50,66, o segundo tempo mundial da história. Ela passou a ser a única atleta a baixar por duas vezes a marca de 8m55s numa só época. É a primeira vez que a jovem de 23 anos está no Top 10.
8. Sha’Carri Richardson (EUA)
A sprinter norte-americana faz a sua primeira aparição no Top 10, num ano em que ela venceu sete das nove provas em que participou e registou cinco dos 11 melhores tempos mundiais da época. Ela venceu três provas da Liga Diamante, o título nacional em 10,82 após eliminatórias de 10,71 e 10,75, e o Mundial de Budapeste em 10,65, igualando a quinta melhor marca de sempre. Nos 200 metros, foi terceira com um recorde pessoal de 21,92.
9. Marileidy Paulino (República Dominicana)
A medalhada de prata olímpica nos 400 m esteve excelente em 2023, vencendo oito das suas nove provas, incluindo vitórias cruciais no Mundial de Budapeste e na final da Liga Diamante. Ela venceu ainda outras três provas da Liga Diamante e baixou por oito vezes dos 50 segundos. O seu recorde de 48,76 em Budapeste colocam-na no 11º lugar de sempre. Marileidy Paulino é a primeira atleta dominicana a chegar ao Top 10.
10. Yaroslava Mahuchikh (Ucrânia)
A rainha do salto em altura da Ucrânia dominou pelo segundo ano consecutivo, vencendo 15 das 17 competições. Ela atingiu o seu melhor nível nos momentos mais importantes, vencendo o Mundial de Budapeste com 2,01 m a final da Liga Diamante com 2,03 m. Ao todo, ela ultrapassou 2,00 m em nove competições diferentes e teve seis dos oito saltos mais altos da época. Mahuchikh é apenas a terceira ucraniana a entrar no Top 10 desde a independência do seu país em 1991, e a primeira em 25 anos.