Menos de uma semana depois do atentado terrorista que matou 22 pessoas, além de deixar dezenas de feridos, a cidade de Manchester promoveu uma tradicional corrida de 10 km por suas ruas em clima de luto e homenagem às vítimas. Para completar o evento, foi realizada ainda uma meia-maratona, ampliando o número de pessoas nas ruas.
Os cerca de 40.000 participantes fizeram um minuto em silêncio antes do início da prova e promoveram depois uma salva de palmas quando as últimas pessoas cruzavam a linha de chegada, celebrando aqueles que conseguiram sobreviver à bomba explodida.
Nos 10 km, venceu o americano Dathan Ritzenhein em 28m06s, superando nomes como o queniano Wilson Kipsang, ex-recordista mundial da maratona, e o também americano Bernard Lagat, que cruzou a linha de chegada apenas sete segundos depois do compatriota.
Em femininos, a etíope Tirunesh Dibaba, atual recordista mundial dos 5.000 m e bicampeã olímpica nos 10.000 m, venceu pela quarta vez em 31m13s, superando em mais de dois minutos a francesa Christelle Daunay.
Na inaugural meia-maratona, o corredor da casa, Joe Sagar venceu com o tempo de 1h12m54s, à frente de Mark Newton e Abdi Madar.
Esta prova foi uma demonstração que a cidade se recusa a ser intimidada pelo terrorismo. A segurança da prova foi apertada, mesmo depois de o nível de alerta terrorista ter baixado de crítico para grave, após o ataque de segunda-feira.
“É um pouco estranho, na verdade. Normalmente há mais otimismo e mais burburinho no ar. É um pouco estranho, mas tenho a certeza de que tudo vai correr bem,” afirmou o corredor Mike Cricksley.
“Tivemos de tomar a decisão de voar desde a Irlanda, para nos sentirmos verdadeiramente aqui. É uma corrida muito emocional. Tens de mostrar que não estás com medo. Todos estão preparados para a corrida. Espero que tudo aconteça da melhor forma,“ declarou a atleta Rita Kelly.
“Este evento está a ser planeado há um ano. Depois, tudo aconteceu ao longo da semana. Mas nós estamos aqui, as fitas amarelas estão em força. É um dia de muita emoção, É um dia especial para as pessoas de Manchester, para mostrar a sua solidariedade, o seu espírito, a sua compaixão e que formam uma grande cidade,” revelou o organizador da prova, David Hart.