O bielorrusso Yury Moisevich, o treinador que tentou forçar a sprinter bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya a regressar ao seu país no início dos JO de Tóquio, foi suspenso por cinco anos.
As ações do treinador foram julgadas pela Unidade de Integridade do Atletismo como “uma afronta à dignidade da atleta e um abuso de poder”.
Ele também foi considerado culpado de “fornecer informações falsas ou imprecisas no decorrer dos eventos anteriores à saída da atleta da Vila Olímpica” em agosto de 2021. Assim, Yury Moisevich fica impedido de trabalhar com atletas até fevereiro de 2029.
Um símbolo da dissidência democrática
Krystsina Tsimanouskaya, campeã bielorrussa dos 100 m e dos 200 m, tornou-se um símbolo da dissidência democrática no seu país ao desafiar as autoridades durante em Tóquio.
Na ocasião, a atleta criticou a Comissão Técnica e a Federação Bielorrussa de Atletismo nas suas redes sociais, por a terem incluído na estafeta 4×400 m, prova em que ela nunca tinha competido individualmente ou em equipa.
Após as publicações, Moisevich disse à atleta que ela tinha de deixar a Vila Olímpica e regressar à Bielorrússia.
A atleta foi levada para o aeroporto no dia 1 de agosto de 2021, mas recusou-se a embarcar no avião, com medo de represálias no seu país de origem.
Tsimanouskaya solicitou asilo na Polónia e obteve um visto humanitário que lhe permitiu viajar para Varsóvia. Em 2023, obteve a nacionalidade polaca, o que lhe permitiu voltar a competir em provas internacionais com a bandeira daquele país.
Em agosto de 2023 disputou o Campeonato Mundial emBudapeste, onde chegou às meias finais dos 200 m e alcançou o quinto lugar na estafeta 4×100 m. Agora, aos 27 anos, prepara-se para representar o seu novo país nos JO de Paris.