A bicampeã olímpica Caster Semenya esteve presente ontem no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) em Estrasburgo, para uma audiência que irá decidir se ela tem que reduzir os seus níveis de testosterona para poder competir em distâncias até à milha.
Em Julho passado, um painel de sete membros do TEDH decidiu que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), com sede em Lausanne, a tinha discriminado quando decidiu, em 2019, que a concorrência leal era um princípio fundamental do desporto.
Considerou então o TAS que atletas femininas como Semenya, que tinham níveis de testosterona comparáveis aos dos homens, tinham uma vantagem intransponível. A decisão foi validada pelo Tribunal Federal Suíço em Lausanne em 2020.
Mas depois da vitória de Semenya no Verão passado, as autoridades suíças, apoiadas pelo órgão regulador do atletismo, a World Athletics, apelaram à Grande Câmara do TEDH, composta por 17 membros. A decisão deste órgão vai demorar vários meses, mas será vinculativa.
“Este é um dia importante na minha jornada como ser humano e atleta. Demorou muito para chegar”, disse Semenya, que foi campeã olímpica dos 800 m em 2012 e 2016 e campeã mundial em 2009, 2011 e 2017.