A corredora transgénero e não binária Nikki Hiltz classificou-se nos 1.500 m para os JO de Paris com a marca de 3.55,33 nas seletivas norte-americanas disputadas em Eugene. Este tempo supera o anterior recorde nacional de Elle St. Pierre com 3.58,03, estabelecido em 2021.
Nikki Hiltz não é a primeira desportista transgénero não binária a competir em Jogos Olímpicos. A jogadora de futebol canadiano Quinn, que competiu nos JO de Tóquio, foi a primeira atleta transgénero e não binária a participar e a ganhar uma medalha nos Jogos.
Nikki Hiltz tinha vencido os 1.500 m no Campeonato dos Estados Unidos de 2023 e, antes da final das seletivas disputada neste domingo, tinha o melhor tempo das meias finais com 4.01,40. Numa entrevista dada após a prova à NBC Sports, Hiltz disse que a corrida teve um significado que vai além das suas realizações pessoais.
O Comité Olímpico Internacional atualizou em 2021, as suas diretrizes sobre atletas transgénero, deixando a decisão para os órgãos dirigentes das modalidades individuais. Mas a World Athletics não permite que mulheres transgénero que passaram pela puberdade masculina compitam em provas femininas. Nikki Hilts poderá Hiltz competir, já que nunca terá passado pela puberdade masculina. Hiltz revelou a sua sexualidade aos 19 anos e, aos 26, revelou a sua identidade de género.