As maratonas masculina e feminina prometem ser dois dos eventos mais emocionantes dos Jogos de Paris 2024, principalmente devido à dificuldade do percurso e ao significado histórico da prova. O queniano Eliud Kipchoge quer ser o primeiro atleta a conquistar três medalhas de ouro consecutivas em maratonas, depois de ter vencido no Rio 2016 e Tóquio 2021.
Mas não será fácil, dada a forte concorrência que vai enfrentar. O britânico Mo Farah, tetracampeão olímpico e já retirado da alta competição, não acredita muito na vitória de Kipchoge em Paris.
Numa entrevista ao Olympics.com, Farah avaliou as hipóteses de Kipchoge. “Acho que ele pode ganhar uma medalha, mas acho que será um atleta novo do Quénia ou da Etiópia a vencer a prova”, disse Farah. “Acho que a maratona vai ser difícil, honestamente.”
Farah tem alguma experiência na defesa de títulos olímpicos, tendo conquistado medalhas de ouro consecutivas nos 5.000 m e 10.000 m em Londres 2012 e Rio 2016. Mais tarde, ele fez a transição para a maratona mas não conseguiu classificar-se para os JO de Tóquio, encerrando a carreira em setembro de 2023.
Embora o domínio de Kipchoge nas maratonas ao longo da sua carreira, o torne um dos grandes favoritos (ele venceu 16 das suas 20 maratonas), o atleta de 39 anos mostrou sinais de desaceleração nos últimos dois anos, perdendo duas das suas últimas três maratonas.
Como Farah sugeriu, a profundidade e o talento dos atuais atletas do Leste Africano fazem da maratona de Paris, uma das melhores da história. Kipchoge enfrentará forte oposição dos seus compatriotas, incluindo o vencedor da Maratona de Tóquio deste ano, Benson Kipruto e o último vencedor da Maratona de Londres, Alexander Munyao. A equipa etíope apresenta o lendário Kenenisa Bekele, provavelmente na sua última maratona olímpica, bem como Deresa Geleta e o campeão mundial de 2022, Tamirat Tola.
Kipruto detém o tempo mais rápido do mundo neste ano (2h02m16s), enquanto Kipchoge está em 54º lugar (ele correu a Maratona de Tóquio em 2h06m50s, onde terminou em décimo lugar. Foi a única maratona que ele correu em 2024.
O percurso será desafiador para todos os competidores. Ele apresenta 483 m de ganho de elevação, tornando improvável que qualquer recorde seja batido. Há duas subidas significativas, com percentagens de 13,5%, nas marcas dos 20 km e 27 km.