Sebastian Coe, presidente da World Athletics, já deu a entender que poderá concorrer ao cargo de presidente do Comité Olímpico Internacional, prometendo proteger o desporto feminino caso assuma o cargo.
O atual presidente do COI, o alemão Thomas Bach,anunciou na semana passada que deixará o cargo em junho de 2025.Tal foi uma surpresa, já que esperava-se que Bach mudasse a Carta Olímpica para estender o seu cargo além do limite atual de 12 anos, mas ele admitiu que “novos tempos pedem novos líderes”.
Bach foi muito criticado pela forma como o COI lidou com a disputa de género que pairou sobre o boxe nos JO de Paris, onde dois lutadores ganharam medalhas de ouro depois de terem sido desclassificados do Campeonato Mundial do ano passado por terem reprovado nos testes de elegibilidade.
Sebastian Coe introduziu no ano passado, uma política geral em todas as disciplinas do atletismo que exige que atletas com Diferenças de Desenvolvimento Sexual (DSD) reduzam os seus níveis de testosterona por um período prolongado, antes de serem autorizadas a competir em disciplinas femininas. Ele acredita que é necessário no COI, uma clareza similar.
“Tem de ter-se uma política clara”, disse ele. “Se não tiver, entra-se em território difícil e eu acho que é isso que testemunhámos aqui. A realidade é muito simples: eu tenho a responsabilidade de preservar a categoria feminina, e eu vou continuar a fazer isso até que um sucessor decida o contrário ou se a ciência seja alterada.”
Coe ainda não anunciou formalmente a sua candidatura para suceder a Bach e, segundo as regras do COI, não está autorizado a fazê-lo até três meses antes do fim da presidência do alemão.
No entanto, já era óbvio que Coe, de 67 anos, estava interessado no cargo, tendo confirmado tal numa conferência de imprensa no final dos Jogos, no domingo.
“Eu sempre deixei claro que se a oportunidade surgisse, então eu obviamente, pensaria seriamente sobre isso”, disse Coe. “A oportunidade surgiu e eu preciso claramente de pensar sobre isso. Eu consideraria isso.”