A World Athletics ofereceu a 25 atletas proteção durante todo o ano em algumas das suas plataformas de mídia social, usando inteligência artificial, depois de eles terem sido identificados como indivíduos altamente visados por abusos em grandes eventos.
A Worls Athletics realizou um estudo nos últimos quatro anos, abrangendo dois Jogos Olímpicos e dois Campeonatos Mundiais, para analisar o abuso online contra os seus atletas.
Mais de 1,4 milhão de postagens ou comentários foram analisados, abrangendo 2.438 atletas da pista e estrada. O estudo incluiu comentários e abusos direcionados mas excluiu mensagens diretas ou abusos não direcionados.
A World Athletics não identificou os 25 atletas e disse que o apoio será expandido no próximo ano.
“Investimos recursos significativos na realização de pesquisas sobre abuso online e um dos nossos sucessos significativos com esta iniciativa foi a nossa capacidade de oferecer suporte aos atletas e fornecer-lhes as ferramentas para se protegerem proativamente contra o abuso online”, disse o presidente da World Athletics, Sebastian Coe.
“O bem-estar dos atletas está no topo da nossa lista de prioridades, e continuaremos a implementar medidas para garantir que eles possam interagir com confiança e segurança nas plataformas de mídia social.”
Conclusões do estudo em números
- 1,4 milhões de postagens ou comentários analisados
- 1.258 postagens e comentários reportados à plataforma relevante
- 254 contas verificadas por terem enviado conteúdos abusivos ou ameaçadores, foram encaminhadas para as plataformas relevantes.
- Dois casos graves foram destacados às autoridades depois de as contas terem sido identificadas e as evidências coletadas.
- JO de Tóquio 2021: 63% dos abusos foram direcionados a duas atletas, com 29% dos abusos sendo sexistas e 26% racistas.
- Campeonato Mundial de Eugene 2022: 59% dos abusos foram direcionados a atletas do sexo feminino, com 36% dos abusos sendo sexuais ou sexistas e 19% racistas.
- Campeonato Mundial de Budapeste 2023: 35% dos abusos racistas, com X representando mais de 90% dos abusos detetados.
- JO de Paris 2024: Dois atletas foram responsáveis por 82% de todos os abusos – 18% de todos os abusos verificados eram racistas, 13% de natureza sexual e 17% sexistas
O estudo concluiu que aumentou significativamente o uso de emojis em abusos online. Sebastian Coe disse: “Os dados indicam que a ‘transformação de emojis em armas’ continua a aumentar, já que os emojis são frequentemente usados para contornar as diretrizes da plataforma, sendo implantados em contextos abusivos não imediatamente óbvios.”
O estudo também descobriu que um menor número de atletas postam durante a competição, fazendo com que a conta pareça estática, e aqueles que postam, comemoram geralmente o sucesso, e muitos empregam alguma forma de gestão dos comentários.
Na sua análise do Campeonato Mundial de 2023 em Budapeste, o estudo descobriu que o abuso, diferentemente de eventos anteriores, foi motivado por “eventos fora do estádio e com base na reputação mais ampla dos atletas”.
Três dos cinco atletas mais abusados nesses Campeonatos também figuraram entre os cinco atletas mais visados nos JO de Paris.
A World Athletics criou materiais educacionais para distribuir aos atletas e fornecer mais informações sobre a melhor forma de se protegerem e as suas contas on-line.
A World Athletics disse que irá continuar “explorando a profundidade e o tipo de proteção futura para atletas”, e que haverá “uma consulta com os atletas para garantir a implantação mais eficaz dos serviços”.