A família do recordista mundial da maratona, Kelvin Kiptum está profundamente dividida desde a sua morte há um ano e agora descobriu-se que a divisão levou ao congelamento da sua herança.
A disputa envolve os pais de Kiptum, Samson Cheruiyot e Mary Kangongo, e a viúva de Kiptum, Asenath Rotich.
Os pais de Kiptum alegaram que Asenath Rotich saiu de casa logo após o enterro de Kelvin Kiptum. Mas a viúva alega que se foi embora porque a sua vida se tornou insuportável por causa da família do atleta.
Tal levou os pais de Kiptum a alegarem que a viúva é a única beneficiada pelos milhões do maratonista, acusando a empresa Golazo, de ajudar apenas a sua esposa e os seus filhos. No entanto, soube-se agora que a maior parte do dinheiro no centro da disputa foi congelado devido às disputas entre as duas partes.
De acordo com o Nation, mais de 80 milhões de xelins quenianos (cerca de 595 mil euros) referentes a vitórias e acordos de patrocínio de Kiptum foram congelados devido à disputa familiar.
Segundo uma fonte próxima do representante de imagem e gestor de ativos da Kiptum, a Nike está a reter 200 mil dólares prometidos à família de Kiptum. Também um patrocinador de uma marca de relógios terá retido outros 200 mil dólares.
A relojoaria chinesa Amazfit lançou o “Amazfit Cheetah Pro Kelvin Kiptum Edition” um dia antes da Maratona de Roterdão de 2024 que teria a participação de Kiptum, com a empresa dizendo que os lucros da venda iriam para a Fundação Kelvin Kiptum.
Para além destas verbas, há também os 10 milhões de xelins (cerca de 75 mil euros) do governo queniano, sendo 5 milhões de recompensa estatal por bater um recorde mundial, e uma quantia igual dada à sua família após a sua trágica morte no acidente de trânsito.
Kiptum faleceu poucos dias depois do seu recorde mundial de maratona ter sido ratificado pela World Athletics. Ele havia registado um impressionante tempo de 2h00m35s na Maratona de Chicago de 2023, tornando-se o primeiro atleta a correr uma maratona em menos de 2h01m. Com essa vitória, Kiptum ganhou um prémio monetário de cem mil dólares e um bónus de 50 mil dólares pelo recorde mundial.
O Nation relata também que Kiptum ganhou mais dinheiro em acordos comerciais que ainda não foram tornados públicos.
Acredita-se que a Golazo, empresa de gestão do falecido maratonista, escolheu esse caminho para proteger a riqueza de Kiptum e garantir que ela não seja mal utilizada ou até mesmo, que cause mais problemas à família já dividida.