Usain Bolt fez uma forte crítica à atual geração de sprinters jamaicanos, sugerindo que eles não têm o comprometimento e a fome de sucesso que definiram a sua era.
Falando ao canal de podcast jamaicano The Fix, Bolt expressou a sua deceção com a atitude e a ética de trabalho dos atletas de hoje, em comparação com a sua própria geração, que incluía grandes nomes como Asafa Powell, Yohan Blake, Veronica Campbell-Brown e Kerron Stewart.
“Eles não são construídos como nós”, comentou Bolt comparando a sua geração à atual. “Não quero dizer uma coisa errada, mas os atletas agora, eles não estão comprometidos como nós estávamos. Não percebo quando os observo porque, para mim, eu sempre quis vencer, e eu descobria como vencer.”
Bolt, que dominou a corrida por mais de uma década, destacou como a sua geração transformou o atletismo jamaicano numa potência global. De acordo com ele, o aumento de patrocínios e incentivos financeiros levou a um declínio no desempenho, com alguns atletas jovens a perder o ímpeto após garantir contratos lucrativos.
“Quando comecei no atletismo, algo mudou porque antes, só tínhamos talento”, explicou Bolt.
“Comigo, Asafa, Veronica, Kerron e outros, construímos a marca Jamaica a um nível que agora todos os patrocinadores estão olhando”, observou Bolt.
“Muitos atletas agora, são pagos adequadamente pelos seus contratos, em comparação com a miséria que recebíamos. Mas quando eles recebem esse dinheiro, muitos deles sentem-se como, ‘Ah, certo, estou bem’, e de repente, eles não estão indo bem.”
Bolt também destacou uma tendência preocupante em que muitos atletas jovens têm um desempenho excecionalmente bom no ensino médio, mas enfrentam dificuldades quando fazem a transição para as competições profissionais.
Ele contrastou isso com a sua própria ambição implacável, enfatizando que sempre usou o sucesso financeiro como motivação para conseguir mais.
“Eu costumava ganhar dinheiro e pensar: ‘Quero mais’”, disse ele, reforçando a sua crença de que os verdadeiros campeões devem querer melhorar sempre.
Bolt conquistou oito medalhas de ouro olímpicas em três Jogos consecutivos em 2008, 2012 e 2016.
Além de vários títulos mundiais, ele ainda detém os recordes mundiais nos 100 m (9,58) e 200 m (19,19), estabelecidos no Mundial de Berlim em 2009.
Embora os comentários de Bolt possam suscitar discussão, eles realçam a sua vontade em manter o legado da velocidade da Jamaica, agora levado adiante por nomes como Kishane Thompson, Oblique Seville, Shericka Jackson, entre outros.
Aguardemos as reações dos atuais sprinters jamaicanos às palavras de Bolt.