Todos nós sentimos isso, aquele nervosismo pré-corrida, aquela energia nervosa que surge antes do início de uma grande corrida. Alguns corredores tentam respirar fundo. Outros visualizam momentos felizes. Mas para a tricampeã olímpica dos 1.500 m e recordista mundial da milha, Faith Kipyegon, o segredo para manter a calma no dia da corrida é rir.
Enquanto Kipyegon se prepara para a sua tentativa de correr uma milha em menos de quatro minutos (Breaking4) em Paris, amanhã dia 26, ela compartilhou a sua estratégia para controlar o nervosismo durante uma conferência de imprensa organizada pela Nike. “Assisto a filmes engraçados para me ajudar a relaxar e distrair-me”, revelou Kipyegon. “Mais especificamente, comédias nigerianas.”
Enquanto outros visualizam táticas de corrida ou dormitam antes da prova, Kipyegon opta por um caminho mais leve, e a ciência está do seu lado. De acordo com a psicóloga da Cleveland Clinic, Drª Grace Tworek, o riso ativa o sistema nervoso parassimpático, o modo de relaxamento inerente ao corpo, aliviando o reflexo ansioso de lutar ou fugir e, em seu lugar, convidando à clareza. Para Kipyegon, os filmes não são apenas entretenimento; são um botão de reinicialização.
A tentativa da próxima semana faz parte da campanha Breaking4 da Nike (semelhante ao projeto de maratona Breaking2 de Eliud Kipchoge em 2017) e acontecerá no Stade Sébastien Charléty, em Paris. É um cenário familiar para Kipyegon, que em 2023 bateu o recorde mundial dos 1.500 m e correu os seus 5.000 m mais rápidos, que também foi um recorde mundial na época.
Mas esse recorde não será fácil. O seu recorde mundial atual na milha é de 4.07,64, quase oito segundos atrás da barreira dos quatro minutos. “Sei que não vai ser fácil, mas acredito que é possível”, disse Kipyegon sobre o desafio. “Quebrar 4 seria o meu legado. Quero mostrar às pessoas que uma mulher pode fazer o que um homem pode fazer.”
A atleta de 31 anos disse que ela e o seu treinador de longa data, Patrick Sang, não mudaram muito nos seus treinos na preparação para a tentativa do recorde. “Estamos a fazer os mesmos treinos que eu fazia antes dos JO de Paris”, disse ela. “Eu vejo-o como um pai. Acredito nele e na sua filosofia.”
De Marley Dickinson