A sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica dos 800 m, expressou satisfação com a decisão final do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), embora não tenha mantido a discriminação que havia sido reconhecida numa decisão anterior do TEDH em 2023.
“Foi um resultado positivo. É um alerta aos líderes de que a prioridade é a proteção dos atletas”, disse Semenya à imprensa. Ela viajou até Estrasburgo, sede do TEDH, acompanhada por quatro advogados, para ouvir a leitura da decisão.
A Grande Câmara do TEDH decidiu que a atleta sul-africana “não teve um julgamento justo” na Suíça, onde os tribunais do país mantiveram a decisão da World Athletics de exigir que ela reduzisse o seu nível natural de testosterona para competir em eventos femininos.
A atleta sul-africana processou a Suíça por sediar o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) e o Tribunal Federal da Suíça, ambos os quais, rejeitaram as alegações de Semenya após as mudanças nas regras da World Athletics.
O TEDH condenou a Suíça a pagar à atleta 80.000 euros em custas judiciais e outras despesas. No entanto, Semenya não declarou vitória total, pois a Grande Câmara do TEDH, a mais alta instância do Tribunal Europeu, composta por 17 juízes, não aceitou a discriminação que o próprio TEDH havia reconhecido em primeira instância em 2023, numa sentença proferida por sete juízes.
A Grande Câmara também negou a alegação de Semenya de violação do seu direito à privacidade ou a um recurso judicial efetivo.