Carlos Tiago tem 45 anos e começou a correr há 13 anos quando pesava 91 quilos. É atleta da Run Tejo e dono de um bonito curriculum desportivo com várias vitórias e muitos pódios.
Carlos Tiago nasceu nos arredores de Paris e tem 45 anos. Agente da PSP, começou a correr há 13 anos. Sedentário, pesava 91 quilos. Foi-lhe então diagnosticado uma hérnia na coluna. Este problema de saúde associado a problemas pessoais, foi o clique para começar a correr.
45 a 50 provas por ano
Estreou-se no mundo das corridas em junho de 2012, na Corrida de Apoio à Seleção Nacional. “Achei a prova interessante, pelo tempo que fiz, disseram-me que tinha jeito para a corrida”.

É atleta da Run Tejo e treina todos os dias, habitualmente só. Quando treina séries, gosta de fazê-lo acompanhado. Corre com um plano de treinos e Carlos Freitas é o seu treinador.
De início, foi difícil conciliar os seus treinos com a sua atividade profissional mas agora, tem um horário que lhe permite treinar de manhã cedo.
Corre 45 a 50 provas por ano, maioritariamente na estrada mas também na pista e corta-mato.
Estreia na Maratona em Valência
A Corrida do Tejo é a sua prova preferida. Já a Corrida do Benfica em 2019 foi a que lhe deixou recordações menos agradáveis. “Eu até gosto da prova mas lesionei-me com gravidade, estive parado 17 meses”.
Prefere a estrada e a meia maratona é a sua distância preferida. Já correu quatro maratonas, tendo-se estreado em 2017, em Valência. “Foi um sonho concretizado, fiquei emocionado. Tive cãibras nos dois quilómetros finais mas acabei em 2h36m”. Já está selecionado para próxima edição da Maratona de Boston em2026.
Também já experimentou o trail e gostou. “É diferente, exige mais atenção ao piso. Estreei-me nas Linhas de Torres e fomos campeões. É para continuar”.
Recordes pessoais
Carlos Tiago é dono de recordes pessoais de boa valia para um atleta veterano:
10 km: 31m47s
Meia Maratona: 1h09m05s
Maratona: 2h27m43s

Curriculum desportivo
O seu curriculum desportivo conta com várias vitórias em provas populares como as três edições da Corrida do Adepto disputada em Leiria mas não só. Já se sagrou campeão nacional das Forças Armadas no seu escalão nos 10 km estrada e corta-mato.
Também campeão nacional dos 1500 m e 5.000 m de pista Vet. 45 e vice- campeão nacional dos 10.000 m de pista e Meia Maratona.
Este ano, esteve no Campeonato da Europa de Estrada disputado em Bruxelas, na prova aberta a populares. Foi o 76º classificado da geral e o primeiro atleta português popular.
Mais recentemente, foi terceiro na Corrida Bimbo disputada em Lisboa.
Lesão grave foi o momento mais marcante da carreira desportiva
Ao contrário do habitual com a grande maioria dos atletas, foi negativo o momento da carreira desportiva que mais o marcou, quando se lesionou e esteve parado 17 meses.
Pensa correr “até ter saúde e as pernas me permitirem”. Não dispensa os exames médicos de rotina e quanto à alimentação, tem os devidos cuidados mais antes das provas.
E se não estivesse no atletismo, qual seria a modalidade escolhida por Carlos Tiago? O tiro!
Candidato às medalhas no Europeu de Veteranos
Carlos Tiago vai participar na próxima edição do Campeonato Europeu de Veteranos que terá lugar no Funchal. “O ano passado no Porto Santo, fui vice-campeão europeu nos 10 km e meia maratona no escalão M40. Agora, vou no M45”.

No atletismo, aprecia particularmente o “sentir-me livre. Quando estou a treinar e a correr, ajuda-me a espairecer o dia a dia. Também o alcançar objetivos definidos”.
Os seus projetos futuros na modalidade passam por superar-se cada vez mais. “Mas a idade tem um limite. Fico satisfeito por ganhar provas perante os mais novos”.
Organizações deviam valorizar mais os atletas
Quanto à organização das provas, Carlos Tiago acha que se devia valorizar mais os atletas. “As Organizações deviam criar pódios para todos os escalões e atribuir melhores prémios para incentivar os atletas”.
Mostra-se crítico quanto ao futuro da modalidade. “Infelizmente, o atletismo não tem grandes apoios. Só o futebol”.
Ganhar a prova sem fazer o devido aquececimento
Não faltam histórias ao nosso entrevistado. Esta passou-se em 2023 nos 10 km integrados na Meia Maratona da Ponte 25 de Abril. “Ganhei um dorsal através da aplicação da EDP. Quando fui levantá-lo pedi para falar com um dos responsáveis para poder partir na frente. Disseram-me que não, que fosse mais cedo. Fui para lá hora e meia mais cedo, sem aquecer. E mesmo assim, ganhei a prova”.