As atenções do fim-se-semana estiveram centradas no Benfica e Sporting, as melhores equipas da I Divisão. Mas o campeonato contou com oito equipas masculinas e outras tantas femininas. Nas linhas que se seguem, apreciaremos todas elas, nomeadamente os seus pontos fortes e fracos.
SETOR MASCULINO
Benfica (1º- 153 p): Ganhou 13 das 21 provas e em três ficou abaixo do 2º lugar – 6º no triplo e no dardo; 7º nos 400 m barreiras. Nesta última, a lesão do favorito Diogo Mestre no aquecimento para os 400 m barreiras (substituído pelo decatlonista Samuel Remédios, 7º) terá custado 6 pontos e mais 1 que o Sporting ganhou, “compensando” o zero do sportinguista Miguel Carreira pouco antes, no martelo. Destaque, em termos de marcas, para o recorde pessoal de António Vital Silva no martelo (71,48) e para a marca de Francisco Belo no disco (61,44) e, em termos de classificações, para as vitórias de Miguel Moreira (800 m) e Rui Pinto (3000 m) em provas que eram de desfecho duvidoso. Ao invés, Vítor Ricardo Santos foi a grande deceção, ao perder os 400 m.
Sporting (2º – 143 p): Ganhou apenas 6 das 21 provas e 8 dos despiques diretos com o Benfica. E teve um atleta que não pontuou: Miguel Carreira, com quatro nulos no martelo. O maior destaque vai para Ricardo Ribeiro, com excelente recorde pessoal (47,77) e vitória sobre Vítor Ricardo Santos nos 400 m e, no final, último percurso decisivo nos 4×400 m (neste caso contra Marcos Afonso, do Benfica). Paulo Rosário, que derrotou Emanuel Rolim nos 1500 m, também esteve bem, mas depois ter-se-á ressentido nos 3000 m (distante 3º). O Sporting falhou também nos 800 m (Sandy Martins 3º) e nos 400 m barreiras (Daniel Chagas 3º).
SC Braga (3º – 111 p): Claro (e brilhante) terceiro lugar, com duas vitórias individuais, através de Ricardo Lima (400 m barreiras) e Mário Marques (dardo), um 2º lugar no triplo (Ricardo Jaquité) e oito terceiros. Apenas em quatro provas ficou na segunda metade: 400 m (5º), 800 m (6º), 1500 m (7º) e 110 m barreiras (7º).
- Vidigalense (4º – 95 p): Desceu para 4º lugar, bem distante do 3º (16 pontos) e do 6º (27). Destaque para os 2ºs lugares de Tiago Freire nos 800 m e de Bruno Gualberto nos 400 m barreiras. Conseguiu ainda 4 terceiros lugares. Pontos fracos na altura (7º) e em nada menos de 6 provas com 6º lugar: 400 m, 3000 m, 5000 m, vara, peso, disco e marcha. A equipa ficou esta época bem mais desequilibrada…
CA Seia (5º – 68 p): Grande destaque para o 2º lugar de Nuno Lopes nos 3000 m, depois de já ter sido 3º nos 1500 m. Outro 3º lugar foi conseguido por Rui Coelho na marcha. Ao invés, Gonçalo Lopes não pontuou na vara e a equipa foi última em mais três provas (800 m, comprimento e disco) e penúltima em cinco.
Srª Desterro (6º – 67 p): Alexandre Almeida, 3º no disco, foi o seu melhor elemento e a equipa foi 4ª ainda nos 400 m, 400 m barreiras e martelo. Mas foi última nas quatro provas de meio-fundo, dos 1500 m aos obstáculos.
Estreito (7º – 60 p): Segundo no martelo, o jovem Décio Andrade foi a principal figura da equipa, que teve ainda três quartos lugares nos 800 m, 5000 m e peso. Mas foi última em sete provas…
Jardim da Serra (8º – 56 p): O 3º lugar de Bernardo Pereira nos 400 m foi a principal classificação, a que haverá que acrescentar os 4ºs lugares nos 110 m barreiras e vara. A equipa foi última em cinco provas e penúltima em sete, das quais nada menos de sete nos oito concursos…
SETOR FEMININO
Sporting (1º – 163 p): Larga superioridade, materializada em 16 vitórias em 21 provas, e ainda cinco segundos lugares nas restantes. Destaque para Lorène Bazolo (100 e 200 m), Sara Moreira (3000 m), Vera Barbosa (400 m barreiras), Eleonor Tavares (vara) e Patrícia Mamona (triplo).
Benfica (2º – 127 p): Apenas três vitórias, por Marta Pen (800 e 1500 m) e Mara Ribeiro (marcha) e várias classificações secundárias: 6º nos obstáculos e martelo; 5º no peso e disco; 4º no dardo. E a equipa de 4×100 m foi desclassificada. Em sete provas a equipa ficou abaixo do 2º lugar.
- Vidigalense (3º – 101 p): Como se esperava, ganhou o comprimento, através de Evelise Veiga e conseguiu ainda um 2º lugar no peso (Eliana Bandeira). Mas tem problemas no meio-fundo (último lugar nos 3000 m e penúltimo nos 5000 m) e a equipa foi também penúltima na altura e sexta no triplo.
Jardim da Serra (4º – 83 p): Forte no meio-fundo – vitória de Joana Soares nos obstáculos e 3º lugar nos 3000 m e 5000 m (Filomena Costa em ambos os casos) -, mas também 2º lugar no dardo (Cristina Ferreira) e 3º nos 100 m barreiras (Bárbara Silva). Mas nada menos de quatro penúltimos e um último lugar. Equipa bastante desequilibrada…
Estreito (5º – 75 p):Outra equipa desequilibrada, com um 2º lugar de Tânia Freitas (aos 37 anos!) nos 400 m barreiras e mais quatro terceiros lugares da júnior Rosalina Santos nos 200 m e comprimento, de Daniela Sousa nos obstáculos e de Fátima Ribeiro no peso. Mas a equipa foi última cinco vezes e quatro vezes penúltima…
Grecas (6º – 71 p): A melhor foi Jennifer Gomes, com honroso 3º lugar na altura. E a equipa conseguiu ainda seis quartos lugares. Mas enquanto 12 nas corridas nunca desceu do 6º lugar (exceto nos 4×100 m), nos oito concursos apenas no dardo fez melhor (6º lugar) que os dois últimos.
SC Braga (7º – 68 p): Destaque para o 2º lugar de Andreia Venade no martelo e para o 3º de Jéssica Neto nos 100 m (e 4ª nos 200 m). Mas a equipa não se apresentou nos obstáculos, foi última em quatro provas e penúltima noutras quatro.
Srª Desterro (8º – 64 p): Dois terceiros lugares, por Yolanda Xavier no triplo e Nanci Sousa no dardo. Não pontuou na marcha, foi última em cinco provas e penúltima em duas. Mas ficou na primeira metade (1ª-4ª) em apenas seis provas. Daí o último lugar coletivo…
A análise ao sector feminino está incompleta; falta o sexto lugar, ocupado pelo GRECAS!!!
As nossas desculpas pela falha. Já procedemos à ratificação. Muito obrigado pela chamada de atenção.
Saudações desportivas,
Manuel Sequeira
No sector feminino o Grecas foi completamente ignorado. Trata-se de um Clube “pequeno”? Sim, certamente mas, com a dedicação dos seus atletas, treinadores e dirigentes tem vindo a conseguir resultados inesperados para a maioria dos “observadores” mas que, por outro lado, tem conquistado a admiração dos seus pares pois, sem os meios ao alcance de outros e sem nomes sonantes mobilizadores da atenção da comunicação social, tem conseguido “levar a água ao seu moínho”.
A falta de isenção em certa comunicação social tem vindo a crescer de forma acentuada e, se analisarmos bem, o presente artigo até pode ser um exemplo dessa falta de isenção.
No entanto, no que ao Grecas diz respeito, não quero acreditar que a omissão seja intencional mas, fica o alerta para que de futuro, haja um pouco de cuidado e porque não de respeito por aquilo que o Clube tem vindo a dar ao atletismo.
Caro Manuel Rocha,
Tem toda a razão no seu desabafo. Eu também não gostaria de ver o meu clube ignorado numa situação semelhante. Foi uma falha lamentável de duas pessoas: o autor do texto, Arons de Carvalho, e eu, Manuel Sequeira, que reli o texto e não me apercebi de que faltava a sexta equipa. É caso para dizer que no melhor pano cai a nódoa.
Esta falha nunca poderia ser intencional, seria inexplicável se tal sucedesse. Aliás, o Grecas já foi em Fevereiro de 2014 alvo de uma reportagem desenvolvida a meu convite.
Reiterando o meu pedido de desculpas, saudações desportivas.
Manuel Sequeira
A “velha máxima” de que só não erra quem não faz nada, continua bem actual. Por muito cuidado que tenhamos, todos temos as nossas falhas.
Continuação de bom trabalho.