Van Niekerk já garantiu a primeira vitória
Com apenas uma presença portuguesa (Bazolo foi 6ª na eliminatória de 200 m), a quarta jornada do Mundial valeu pelas cinco finais realizadas. Na primeira delas (e a única feminina), a checa Barborá Spotaková, duas vezes campeã olímpica, em 2008 e 2012 (foi 3ª em 2016), recuperou o título mundial que conquistara há dez anos (2007), já que depois foi segunda em 2009 e 2011. Assumiu o comando no 2º ensaio, com 66,76, e ninguém mais conseguiu melhor. A chinesa Lingwei Li aproximou-se no 3º ensaio (66,25 – recorde pessoal) e outra chinesa, Huihui Lyu, conseguiu o outro lugar do pódio, com 65,26 no 5º ensaio. Fora do pódio ficou a polaca Sara Kolac, campeã olímpica e detentora da melhor marca do ano, que se ficou pelos 64,95 m.
3.000 m obstáculos
Expetativa especial nos 3000 m obstáculos: seria desta que um não queniano (de origem) ganhava, o que não acontece desde Roma’1987? O norte-americano Evan Jeger, detentor da melhor marca do ano, era o grande candidato e liderou quase sempre. Mas, na reta final, o queniano Conseslus Kipruto, campeão olímpico (e vice-campeão mundial em 2013 e 2015) esteve imparável e ganhou em 8.14,12, à frente do marroquino Soufiane Elbakkali (4º nos Jogos), com 8.14,49. E Jeger foi terceiro, com 8.15,53, enquanto Ezekiel Kemboi, quatro vezes campeão mundial (2009 a 2015) e três vezes segundo (2003 a 2007), caiu para o 11º lugar com 8.29,38.
800 m
Muito abertos os 800 metros e um surpreendente francês, Pierre-Ambroise Bosse, 4º nos Jogos do Rio, a atacar a 200 m da meta, não dando hipóteses (1.44,67). Impressionante a reta final do polaco Adam Kszczot, a passar de 5º a 2º, com 1.44,95.
Vara
Entretanto, a vara estava ao rubro, com três atletas a passarem 5,89 e a tentarem 5,95. Apenas o norte-americano Sam Kendricks, já com 6,00 esta época e que liderava (“limpara” todas as alturas até 5,89), passou os 5,95, à terceira tentativa. O polaco Piotr Lisek (6,00 esta época, em pista coberta) e o francês Renaud Lavillenie (recordista mundial e campeão olímpico em 2012) tinham falhas anteriores e completaram o pódio, este último pela quinta vez consecutiva: foi 2º em 2013 e 3º em 2009, 2011, 2015 e… 2017! Ele ainda reservou uma tentativa para 6,01, mas sem êxito. E Kendriks também não foi feliz no único ensaio que tentou a esta altura. Já campeão, prescindiu das duas outras…
400 m
A fechar a jornada, o sul-africano Wayde van Niekerk confirmou o seu amplo favoritismo nos 400 m e, mesmo sem forçar nos metros finais, ganhou com 43,98, nada menos de 43 centésimos menos que o segundo, Steven Gardiner (Bahamas). Esta quarta-feira, Van Niekerk terá as meias-finais dos 200 m e na quinta a final, tentando a “dobradinha”.
Bazolo longe do que vale
Nesta 4ª jornada do Mundial, apenas esteve em ação um atleta nacional. E assim acontecerá nos próximos dias, com David Lima, Nelson Évora e Irina Rodrigues, entre 4ª e 6ª feira, sendo sábado, dia sem portugueses.
Lorène Bazolo não esteve bem nas eliminatórias de 200 m, sendo 6ª na sua série com 23,85 (v:-0,6), longe dos 23,08 que a levaram a Londres. A sua série foi ganha pela norte-americana Kimberley Duncan, com 22,74, e a melhor marca da noite pertenceu a Dafne Schippers, com 22,63. Bazolo obteve o 39º tempo entre as 46 concorrentes e a última das três repescadas para as meias-finais (24 atletas) gastou 23,38.