Ele é um dos 11 naturalizados pela Turquia neste Mundial
Os favoritos eram Isaac Makwala e Wayde Van Niekerk mas foi Ramil Guliyev a ganhar os 200 metros. Até então desconhecido do grande público por não ter ainda um grande título aos 26 anos, o atleta nascido no Azerbeijão e naturalizado turco, espera que por ter herdado o posto que durante anos foi de Usain Bolt, o possa elevar a um novo patamar.
– “Eu competi contra alguns dos melhores atletas do mundo, então não me importo que a atenção estivesse neles. Mas talvez na próxima competição, todos passem a olhar para mim”.
Nascido em Baku, capital do Azerbaijão, Ramil decidiu trocar de nacionalidade porque considerava que o seu país não apoiava o atletismo de forma a prepará-lo para competir em grandes eventos. Um ano após o falecimento do pai, que era o seu treinador, iniciou o processo de naturalização.
Precisou de respeitar um período de dois anos sem competir para poder fazê-lo pela nova bandeira. No ano passado, foi medalha de prata no Campeonato Europeu, o seu maior feito até ontem à noite Nos Jogos Olímpicos do Rio, foi último na final.
Em Londres, Guliyev é um dos 11 atletas nascidos no exterior a defender a Turquia – na equipa, há também atletas que nasceram no Quénia, na Etiópia, em Cuba e na Jamaica.
Ele foi o mais rápido na sua série na eliminatória, com 20,16. Na meia-final, numa antevisão do duelo com o sul-africano Van Niekerk, Guliyev venceu com 20,17, enquanto o campeão dos 400 m ficou em terceiro, com 20,28. Na final, Guliyev com 20,09 ficou a apenas um centésimo da sua melhor marca deste ano.
– “Não foi um choque, mas também não me parece real. Estou muito orgulhoso. Esse título significa muito. Mostrei o meu melhor ao longo desta competição. Fiz a minha melhor corrida no momento certo. Estou muito feliz por ser campeão mundial, é o melhor momento da minha carreira”.