Devido aos tratamentos, os pacientes sofrem de distúrbios de sono
Estima-se que haverá aproximadamente 6 milhões de sobreviventes de cancro da mama nos Estados Unidos da América até 2020. Devido às várias formas de tratamento do cancro da mama como a terapia hormonal, a quimioterapia e a cirurgia, os sobreviventes desta doença após a conclusão dos tratamentos sofrem de ondas de calor e de diversos distúrbios do sono. Estudos recentes da Universidade da Pensilvânia comprovam que a acupuntura melhora a qualidade do sono e produz resultados positivos no paciente sem os efeitos adversos dos medicamentos, uma vez que não recorre à gabapentina – que origina tonturas e fadiga – ou à venlafaxina – boca seca, obstipação e dores de cabeça.
Hélder Flor, especialista em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), explica como esta medicina se torna cada vez mais relevante no tratamento de inúmeras patologias, “A comunidade médica tem tido uma crescente preocupação em tentar que os doentes diminuam o consumo de fármacos. Um dos últimos exemplos vem dos Estados Unidos da América, mais concretamente da American College of Physicians, que foi clara e aconselhou que médicos e doentes passem a optar pelo tratamento não-farmacológico sempre que este for possível.”
Os estudos da Universidade da Pensilvânia referem que a acupuntura atua sobre uma série de neurotransmissores e fatores hormonais associados ao sono, como a serotonina e a melatonina. Assim, sem recurso a medicamentos com efeitos adversos, os tratamentos através da acupuntura conseguem resultados positivos no combate às ondas de calor e insónias.
“A acupuntura é também recomendada no pós-quimioterapia. Existem inúmeras patologias que podem ser tratadas apenas com recurso à acupuntura, tais como insónias, enjoos e problemas digestivos e outros efeitos secundários da quimioterapia”, corrobora Hélder Flor.
Os investigadores demonstraram através dos estudos que a acupuntura é mais eficaz do que os fármacos uma vez que resulta numa taxa de sucesso de 91% dos pacientes, ao invés dos 75% dos sobreviventes que recorrem a medicamentos para o tratamento de insónias.