É já este domingo que se realiza a 14ª edição da Maratona do Porto, a mais participada a nível nacional, com um recorde de perto de 5000 concorrentes classificados, meta que aspira ultrapassar este ano. O nível qualitativo não parece desta vez tão forte e as atenções estarão centradas em Salomé Rocha, que poderá tornar-se a primeira vencedora portuguesa da prova desde Marisa Barros há 10 anos (2007).
Os principais nomes anunciados para a maratona masculina não parecem em condições de atacar o recorde da prova, pertença do queniano Philemon Baaru, com 2.09.51 em 2011, recorde em território nacional, já que o tempo de Asbel Kipsang em Lisboa (2.09.26 em 2015) não pode ser considerado pois a prova é ponto a ponto, podendo ser beneficiada pelo vento. Os quenianos Lawrence Kimaiyo (2.07.01 em 2012) e Jackson Limo (2.09.06 em 2014) têm recordes pessoais apreciáveis mas nas últimas épocas não baixaram das 2h15m. E o etíope Worknesh Fikire, vencedor no Porto em 2014 com 2.13.00, idem. Dos estreantes, Emmanuel Bor tem 61.04 à meia maratona em 2016 e Teklemariam Medhin foi 4º na Meia de Lisboa de 2014 com 61.47, o seu recorde pessoal. Entre os portugueses, o mais credenciado é Daniel Pinheiro (Maia AC) com 2.23.00 como melhor, em 2012 (foi 14º há um ano, com 2.30.11), e haverá várias estreias – Miguel Ribeiro (Olímpico Vianense), Bruno Silva (Águias Alvelos), Ricardo Dias (Sporting) e o triatleta Pedro Palma. Dificilmente poderão rivalizar com os africanos.
As atenções estarão essencialmente viradas para a presença de Salomé Rocha, que teve estreia auspiciosa na maratona em abril passado, em Praga (6ª com 2.27.08) e agora voltará à distância já com a camisola do Sporting. A sua principal adversária será a queniana Monika Jepkoech, com um recorde pessoal de 2.27.16 em 2015 e que ganhou há mês e meio a Meia-Maratona do Porto com 69.23. Curiosidade à volta da estreia de Ana Ferreira e presença habitual de Rosa Madureira, com um recorde pessoal de 2.43.14 no Porto, em 2013. O melhor tempo em território nacional, conseguido há um ano por Loice Kiptoo, com 2.29.13, pode estar em perigo (em Lisboa, em percurso não homologável para efeitos de recordes, Sarah Chepchirchir tem muito bons 2.24.13, em 2016).
Outro ponto de interesse desta edição será conhecer o número de classificados, que tem vindo a crescer ano após ano, fazendo desta prova, a maratona portuguesa mais participada: de 1671 classificados em 2012 passou-se para 2755 em 2013 e 4014 em 2014 (sensacionais acréscimos). Depois, subiu para 4404 em 2015 e 4746 em 2016. Passará este ano os 5000? A recente Maratona de Lisboa teve 4673 classificados. Mas enquanto em Lisboa a larga maioria são estrangeiros (2960 em 2017, face a 1713 portugueses), no Porto foram 3317 portugueses e 1429 estrangeiros, em 2016.
A par da maratona, realizar-se-á a Corrida da Família (porquê “Family Race”?…), de 15 km (2533 classificados em 2016) e uma caminhada de 6 km. As partidas (9 h) e chegadas serão junto ao Parque da Cidade do Porto e a prova passa pelos concelhos de Matosinhos e Vila Nova de Gaia.