O espanhol Luís Hernando é atualmente um dos melhores trail runners do mundo, tendo-se sagrado campeão mundial de Ultra Skyrunning na época passada.
Hernando é um dos poucos melhores atletas mundiais que utiliza bastões para subir, quer seja num ultra trail ou numa maratona de montanha.
Sendo um perito nesta especialidade, partilha alguns dos seus segredos: “Não vou negar que o meu passado como esquiador e biatleta olímpico, serviu para continuar a utilizar os bastões quando mais preciso deles. Se quer tirar um maior proveito, deve levá-los consigo para o treino. Evite improvisar numa prova sente-se que não os domina. O mais importante é que não o incomodem quando os utiliza, ter bem presente que são uma vantagem e em que zonas do terreno, os deve utilizar”.
Quando os deve utilizar? No seu caso, apenas os utiliza para subir, especialmente em inclinações fortes onde tenha de andar. Nas descidas, nunca os utiliza e também não gosta de os levar na mão. No seu caso, ficaria muito mais lento e tem a sensação de que lhe fazem perder o equilíbrio.
Como deve ser um bom bastão? Acima de tudo, deve ser leve e transmitir força sem vibrar nem fletir. Nas provas em que tenha de levá-los desde a partida até à meta, utiliza uns dobráveis para poder guardá-los nas descidas. Se o permitirem largá-los (e depois recolher), os que mais gosta e que considera mais adequados, são uns do material de esqui de fundo. O comprimento do bastão dita a função para a qual vai ser utilizado. Se é só para se apoiar em subidas acentuadas, deve levar um bastão cujo comprimento aproximado seja o resultado da multiplicação da sua altura em centímetros x 0,67.
Como o segurar corretamente? Pegar mal no bastão não lhe permite desempenhar bem a sua função. Deve colocar a mão na alça de segurança – cinta que o bastão tem e que vem desde a parte superior da pega – de baixo para cima e segurar bem a pega e a alça ao mesmo tempo. Assim, o gesto é muito mais fácil do que se omitir esta alça. Lembre-se: um bastão bem utilizado, pode libertar quase um terço do trabalho das suas pernas, transmitindo-o para os seus membros superiores, o que poupa mais energia.