O neerlandês Abdi Nageeye, recente vencedor da Maratona de Nova York, explicou a importância da sua mudança para o Quénia aos 21 anos de idade.
Para ele, a motivação veio da leitura de um artigo sobre uma neerlandesa que se se tinha mudado para a China para melhorar o seu nível no ténis de mesa e que tinha sido depois, campeã mundial.
Quando se mudou para o Quénia, Abdi Nageeye ainda era um estudante. Decidiu então que os estudos podiam esperar, pois ele queria perseguir o seu sonho. Com o pouco dinheiro que tinha, decidiu mudar-se para Iten e começar lá uma nova vida.
Quando mudou, ele não tinha carro nem grandes bens pessoais, mas queria sacrificar-se e esforçar-se para garantir que correria como os grandes maratonistas quenianos, incluindo Eliud Kipchoge, Benson Kipruto e Evans Chebet, entre outros.
“Quando eu tinha 21 anos, eu disse a mim mesmo que iria mudar-me para o Quénia porque os quenianos que corriam bem na época não eram de Marte, eram apenas deste planeta.”, disse Abdi Nageeye.
“Ela vivia como eles, treinava como eles e comia como eles. Mudando para o Quénia, eu sabia que levaria tempo para me ajustar, mas dei esse salto de fé. Eu não tinha carro, não queria ter nada e até agora, nem tenho uma casa porque sou muito nómada, este é agora, o meu estilo de vida. Eu ainda estava na escola e liguei para os meus colegas de turma e disse-lhes para ficarem com tudo… Eu queria ser um pássaro livre”, acrescentou ele.
Nageeye é, sem dúvida, um dos maiores maratonistas mundiais da atualidade que viu o seu curriculum desportivo enriquecido com o primeiro lugar em Nova York.
Só neste ano, ele conseguiu vitórias em três das suas provas, mas desistiu na maratona dos JO de Paris. Ele venceu as maratonas de Haia, Roterdão e Nova York.