A espanhola Ana Peleteiro, medalha de bronze no triplo salto dos JO de Tóquio e com dois bronzes mundiais em pista coberta e quatro medalhas europeias (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze), decidiu separar-se do seu treinador Iván Pedroso e passar a ser treinada pelo seu companheiro Bemjamin Campaoré.
Numa conferência de imprensa, Peleteiro afirmou: “Separei o meu percurso profissional com o Iván (Pedroso) mas pessoalmente estamos mais unidos do que nunca. Benjamin será o meu treinador e ofereci-lhe o projeto e não o contrário. A decisão é minha. Expliquei-lhe isso depois de Paris. Ele pensou e avaliou para ver se era adequado para a família. Ele é um treinador muito bom. Nos últimos três anos, eu vi-o alcançar objetivos incríveis com os seus atletas. Ele é um profissional muito dedicado, com uma visão no triplo sentido muito semelhante à minha e do Iván.”
Depois, justificou a separação com Pedroso: “A maternidade é difícil. Sonhei em ver a minha filha Lúa crescer num ambiente como aquele em que cresci e vi que não ia conseguir. O meu coração pedia-me que regressasse ao meu refúgio, que é a Galiza. O meu corpo e a minha cabeça pedem-me coisas novas. Pratico atletismo desde os cinco anos, no triplo desde os 12 e com o Iván há oito anos. “O excesso de rotina pede-me para mudar.”
Apesar da separação, não deixou de elogiar Pedroso: “Iván é uma pessoa incrível e ele mostrou-me novamente a compreensão e o apoio que me deu nesta questão. Ele disse-me que a relação de amizade será eterna. Que ele seja tão honesto é maravilhoso. Se ele tivesse rejeitado, isso teria abalado as minhas ideias, mas foi exatamente o oposto.”
A terminar, disse: “O melhor conselho do Iván é nunca nos contentarmos com nada e a melhor lembrança que levo destes oito anos foi na quarentena, quando nós os dois passámos sozinhos e conversámos muito. Isso fez com que nos reconetássemos muito mais.”