Treina todos os dias e chega a correr até 3 horas “para passar o tempo”!
A francesa Ginette Bedard é um bom exemplo de que nunca é tarde demais para aceitar um desafio desportivo. A residir nos Estados Unidos, a francesa com 85 anos de idade, foi a mulher mais velha a terminar a Maratona de Nova York em 6h19m01s.
Esta foi a sua 16ª maratona em Nova York e a corrida surgiu como uma forma de preencher um vazio na sua vida e também serve como uma conexão com o passado. Ginette deu as primeiras passadas aos 69 anos, mas, desde então, não largou mais o desporto.
“É um vício. Tenho muito tempo livre. Estou aposentada, o meu marido já não está aqui. O que posso fazer? Eu corro. Virou a minha vida”, diz. “Quando corro, penso em tudo. Na minha juventude, nas minhas experiências na França, no que passei nos Estados Unidos… Um pouco de tudo.”
Mesmo começando tarde a correr, Ginette alcançou tempos significativos para o seu escalão etário. Quando tinha 72 anos, ela correu a Maratona de Nova York em 3h46m, batendo o recorde mundial da major na sua faixa etária.
Apesar da idade avançada, ela contraria as opiniões dos ortopedistas e não dá descanso às pernas. Ginette não passa um dia sequer sem correr e os seus treinos duram até três horas. “É o meu corpo que me fez o que eu tenho que fazer. Obedeço e ponto final”.
Avessa aos suplementos e a fórmulas mágicas para correr melhor (“São caros e falsos”), ela foge de dietas mirabolantes e não deixa de consumir os alimentos que mais gosta.
“Alimento-me como qualquer pessoa. Controlo-me um pouco e é isso. Gosto de um pouco de vinho, um pouco de queijo e um pouco de sorvete”, afirma. Lúcida, com muita saúde, ela sente-se “como se tivesse 20 anos”.
“Moral e fisicamente, sinto-me jovem. Ainda uso o biquíni da época em que tinha 16 anos. Gosto de correr sozinha, até porque não é toda a gente que tem este entusiasmo, esta independência e esta mentalidade de aço”.