Pierre Ambroise Bosse, francês de 25 anos que foi ouro no Mundial de Atletismo em Londres, teve duas fraturas no rosto após ser atacado durante as suas férias: “Ainda tenho um sabor de sangue na boca”
Campeão mundial dos 800 m do Mundial de Atletismo, disputado em Londres, o francês Pierre Ambroise Bosse, de 25 anos, foi atacado poucos dias depois após sair de um bar perto da casa de seus pais, onde passava férias, no norte da França. O resultado foi duas fraturas no rosto, que o deixaram totalmente desfigurado.
Em entrevistas dadas ao site VSD (francês) e ao jornal Gazzetta Dello Sport (italiano), ele relembrou o ataque que sofreu e contou sobre as sequelas:
“ Estou sem lesões cerebrais, mas com uma fratura facial dupla, no maxilar e na bochecha. Muitos hematomas, contusões…Ainda tenho um sabor de sangue na minha boca. Seis horas depois da minha admissão no hospital, o meu rosto triplicou em volume. Os médicos temem pelos meus olhos. Serão seis meses de tratamento para o astigmatismo. Não consigo comer no lado esquerdo, tenho que ficar muito tempo em casa. Isso é ainda mais injusto porque não fiz nada, não é minha culpa, não tenho responsabilidade no que aconteceu. É uma injustiça perfeita, um ataque à dignidade humana”, disse.
Segundo Pierre, um dos agressores foi levado para a esquadra, admitiu tudo e até pediu desculpas. O atleta de 25 anos relembra os pormenores que antecederam o ataque, mas diz que não se recorda do momento que começou a ser agredido:
-“Eu fui para casa dos meus pais, onde passei a minha infância. Desde a medalha de ouro em Londres, não tive tempo de descansar, compromissos nos media … Não tinha ainda comemorado o meu título com aqueles que eu amo. Eu fui embora sozinho após um encontro com a minha família e fui a uma casa noturna. Conversei com fãs, estava tudo perfeito, mas à medida que a noite avançava, a pressão em torno de mim aumentou. Eles empurraram-me, eles puxaram-me. Para ter um pouco de ar, eu sai da multidão, corri para o meu carro. Ao abrir a porta, um pequeno grupo juntou-se a mim e cercou o carro. Baixei o vidro. Levei um soco e cai, e aí vi os pés golpeando-me no rosto, uma avalanche de chutos. Eu desmaiei”, relembrou.
O francês diz que demorou a ser resgatado:
“Eu acordei e ainda estava deitado no chão no estacionamento, com sangue no meu rosto. Ninguém avisou os trabalhadores de resgate, os bombeiros ou a polícia. Um conhecido que permaneceu lá sem intervir levou-me à sala de emergência, já por volta das 5h30. Não entendia o que aconteceu comigo. As pessoas disseram-me que eu vou ter depois flashes da agressão mas desde que perdi a consciência no primeiro soco, não me lembro de nada”, disse.