A Associação Recreativa Cultural e Desportiva da Venda da Luísa tem a sua sede na Venda da Luísa, concelho de Condeixa-a-Nova. Fundado em 1987, o clube conta com cerca de 300 sócios, tendo em Marco Oliveira o seu presidente. A Secção de Atletismo conta com 140 atletas e um orçamento que supera os 30 mil euros.
Se Condeixa-a-Nova é bem conhecida pelo seu passado histórico através das ruínas romanas de Conímbriga, nos dias de hoje temos a Associação Recreativa Cultural e Desportiva da Venda da Luísa (ARCD Venda da Luísa) a levar o nome do concelho a todo o país.
O clube foi fundado em 1987, então com o objetivo de ser um local de encontro das pessoas da aldeia da Venda da Luísa e para dinamizar a parte recreativa, cultural e desportiva. Criou-se uma equipa de futebol de 11 masculina que participou no campeonato do INATEL, tendo parado mais tarde. Mas mantiveram-se as vertentes recreativa e cultural, com a desportiva a regressar há cerca de nove anos.
Futsal e Atletismo
Marco Oliveira é o presidente da ARCD Venda da Luísa que tem cerca de 300 sócios que pagam seis euros de quotas anuais.
O clube tem a sua sede na Venda da Luísa com duas Secções em funcionamento: a de futsal feminino que participa no Campeonato Nacional da 2ª Divisão, após 4 épocas na 1ª Divisão, e uma equipa de Atletismo. No total tem cerca de 170 praticantes desportivos.
A Secção de Atletismo foi fundada em 2014 e tem em Carlos Canais e Nelson Correia, os seus responsáveis. Conta com 140 atletas que participam essencialmente em provas de trail, embora a estrada tenha muitos simpatizantes. O clube participa ainda ocasionalmente em provas de corta mato e pista.
Carlos Canais mostra-se satisfeito com a prestação dos atletas. “Os resultados de todos eles deixam-nos satisfeitos”. Vera Bernardo vem sendo a atleta com melhores resultados, merecendo também destaque entre outros, Vítor Espírito Santo, Ricardo Martins, Miguel Ângelo, Fantástico João, Ana Fernandes, Andreia Pita e Jéssica Correia.
O clube ainda não tem um treinador mas alguns atletas têm os seus próprios treinadores.
“Os atletas procuram a equipa, não porque lhes pagamos as provas, não porque andamos atrás deles, mas porque ouvem dizer que o ambiente é salutar”
Objetivos para esta época
Para esta época, a ARCD Venda da Luísa tem como principal objetivo, melhorar os resultados por equipas nos Circuitos ATRP, algo que tem sido descurado, por se ter privilegiado os resultados individuais. Outro objetivo do clube passa pela obtenção de melhores resultados na pista.
ARCD Venda da Luísa
Concelho: Condeixa-a-Nova
Ano fundação: 1987
Presidente: Marco Oliveira
Sócios: 300
Atletas: 140
Técnicos: 0
Orçamento: 30 mil euros
Orçamento anual: superior a 30 mil euros
O orçamento anual da Secção supera os 30 mil euros. O clube conta com apoios estatais, particularmente da Câmara Municipal. As Juntas de Freguesia também apoiam, à sua escala.
A nível privado, a ARCD Venda da Luísa tem no Intermarché de Condeixa o seu principal patrocinador. Carlos Canais refere ainda outros apoios privados como a Quimijuno, a Farmalabor, a RPS, a Oficina José Almeida Correia, entre outros.
Os subsídios são insuficientes para fazer face às despesas da Secção. Para equilibrar as contas, os atletas suportam os custos da maioria das provas em que participam e o clube organiza desde 2021, o Trail da Escarpiada que teve cerca de 700 inscritos na primeira edição. Já no dia 26 deste mês, vai disputar-se a segunda edição.
Os apoios aos atletas passam pelas despesas de filiação na Federação e na ATRP, dos seguros, dos exames médicos e dos tratamentos na Clínica Reequilibra, com a qual o clube tem um acordo. Apoia ainda nos equipamentos e no pagamento de algumas provas. Sempre que há oportunidade, e se justifica pelo número de atletas, é alugado um autocarro.
Principais dificuldades na prática da modalidade
Para Carlos Canais, as principais dificuldades encontradas pelo clube, têm a ver com o custo das provas, “o que faz com que tenhamos de ser muito criteriosos na sua escolha”. Falta também um treinador para todos os atletas. “Ainda não conseguimos chegar ao ponto em ter capacidade financeira para isso”.
“Os nossos convívios e treinos conjuntos são muito participados e esperados com espectativa pelos membros da equipa”
Conhecidos como ‘Os Laranjinhas’
A ARCD Venda da Luísa é conhecida como ‘os laranjinhas’. Mas a cor do clube é o azul, a cor dos equipamentos de futsal e do primeiro equipamento. A passagem para a cor laranja é explicada por Carlos Canais pela dificuldade em identificar os atletas nas fotos que eram publicadas das provas. “Ora, o laranja era muito mais fácil de identificar e, assim, passámos a envergar uma camisola daquela cor. Depois elaborámo-la um pouco mais e chegámos à nossa camisola atual que é já reconhecida em todo o lado”.
Como aconteceu há pouco tempo numa prova pequena no norte do país. Um dos atletas recém-chegado à equipa, ficou surpreendido quando ao chegar à meta, lhe perguntaram logo o que fazia ali um atleta da Venda da Luísa.
Outro episódio ocorreu numa prova de ciclismo, um Granfondo, em que um atleta participou com a camisola laranja. A chegar à reta da meta, o speaker anunciou que estava a chegar um atleta da Venda da Luísa, por ter reconhecido a camisola.
Ambiente exemplar no clube com reflexo num maior número de atletas
O clube tem obtido bons resultados mas a grande maioria dos atletas pratica a modalidade de forma lúdica. “A grande maioria deles, são veteranos e vemos a sua participação na equipa de uma forma entusiasta. Certamente, a maioria deles, se não estivesse na equipa, se não participasse nos treinos que organizamos em conjunto, fariam parte do grande número de sedentários que temos no nosso país”.
Canais refere ainda o ambiente de sã camaradagem e de boa disposição que se sente na equipa. “Os nossos convívios e treinos conjuntos são muito participados e esperados com espectativa pelos membros da equipa”.
Reflexo do ambiente salutar, o número de atletas da ARCD Venda da Luísa tem vindo a aumentar. “Os atletas procuram a equipa, não porque lhes pagamos as provas, não porque andamos atrás deles, mas porque ouvem dizer que o ambiente é salutar. Todos estes aspetos são para nós um motivo de orgulho e uma marca distintiva que não queremos perder”.