Longe vai o tempo em que os recordes do mundo na maratona se batiam em Nova York. Todavia, desde 1998 que os tempos dos seus vencedores só figuraram por três vezes entre os 20 mais rápidos do ano. O percurso não é o melhor para quem pretende obter tempos de grande nível.
Nos dias de hoje, um recorde mundial requere percursos como o de Chicago, com uma diferença inferior a 9,1 metros entre o seu ponto mais alto e o mais baixo. Ou o do Dubai com apenas quatro curvas.
Na maratona de Berlim, os atletas de elite finalizam a prova 81 segundos mais rápidos do que o fazem noutras cidades. Já quem corre a maratona de Nova York, demora mais 83 segundos. Em Chicago e Dubai, acabam 14 e 68 segundos mais rápidos, respetivamente.
Há também uma maratona pouco conhecida e sem os grande meios financeiros das grandes maratonas, na pequena cidade polaca de Debno, onde desde o ano 2000, os corredores de elite terminam 79,2 segundos em média mais rápido do que o fazem noutros traçados.
Quem sabe o que poderia suceder se os melhores atletas corressem a maratona em Debno, procurando baixar das duas horas, aproveitando o percurso e a data da prova, em Abril quando a temperatura média é então de apenas +5,5ºC.
Num estudo efetuado por investigadores franceses sobre 1,8 milhões de classificados em maratonas durante dez anos, concluiu-se que as provas que se disputaram a uma temperatura de +6,2ºC, conseguiram tempos mais rápidos em geral. Mas os corredores mais rápidos, beneficiam de temperaturas mais frias, marcando o seu pico nos 3,8ºC. Os corredores populares preferem uma temperatura de 7,4ºC.
É difícil estabelecer qual é a melhor maratona mas é evidente que alguns dos parâmetros com que estão trabalhando as equipas de “sub 2 horas” referem que os percursos têm que ser muito planos, com poucas curvas e que é preferível correr num dia frio para que o corpo se fatigue mais tarde. O ideal seria que as maratonas de Debno, Dubai e Berlim beneficiassem de uma temperatura menor. Recordamos que o recorde do mundo foi obtido em Berlim e pertence ao queniano Dennis Kimetto, fixado em 2014 com 2h02m57s. Em Debno, o vencedor de 2016 foi o queniano Kyeva Cosmas Mutuku com 2h11m56s.